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Minha história: Emagrecendo dos 130kg aos 75kg (sem cirurgia!)

Comments (29) | segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Fazendo um Pistol em Pipa-RN - 01.01.2016
Antes (e não foi o máximo que cheguei de peso aí)
















 Demorei pra postar, eu sei, mas foi por uma boa causa! Isso deu trabalho, viu...? Rs..

Sou músico. Sou gaitista. É a minha profissão. É o que mais amo fazer na vida, mas, nesse momento, queria pedir licença à música para tratar de um assunto que é tão importante quanto: a saúde. Pois, sem ela, eu não conseguiria ser tão feliz quanto eu sou hoje em dia.

Eu não era exatamente triste, mas flores não eram. Com 130kg, qualquer forma de preconceito e fortes palavras vinham de todos os lados, principalmente da família. Frases como "Nossa, Igor, você está gordo!" "Igor, tá muito feio assim, emagreça" "Tá engordando, né?" "Engordou mais, não foi?" "Tá mais fofinho, né?" “Tá fortinho, né?” não ajudam, não resolvem, pior: elas ATRAPALHAM! Por quê? Aquele que não está satisfeito com sua saúde/aparência física e não consegue mudar, normalmente tem um problema de baixa autoestima, aí chega um 'fulano' e fala frases como essas, que detonam mais ainda a autoestima do cidadão. É, definitivamente, não é o melhor caminho para incentivar alguém a ter mais saúde (e, consequentemente, emagrecer). 

A pessoa JÁ SABE que engordou, a pessoa JÁ SABE tudo que você vai falar e se ela não faz é porque existe alguma coisa que a impede de fazer. Algo nela está momentaneamente fraco ao ponto de ela não conseguir buscar a saúde e/ou o corpo que deseja, então, ao invés de diminuir ainda mais a autoestima do outro, façamos diferente, façamos o contrário.

Lembro de um dia na Caueira em que todos foram jogar bola e você foi, sempre jogou bem. Mas ainda estava bem gordo e saiu mais cedo do jogo não só por cansaço, e sim por vergonha de não conseguir o que conseguia antes.
(Yuri Côrtes - irmão)

A única foto que
tenho sem camisa
Eu comia uma lata de leite moça numa sentada. Comia pão com achocolatado (isso, achocolatado no pão!) e bastante manteiga pra o chocolate poder colar. Comia uma pizza grande sozinho, ou seja, comia muito! Lembro de uma vez em que eu fui ao centro a fim de comprar cordas de violão. Rodei as lojas, encontrei o que eu queria e, no fim da tarde, voltei pra casa a pé. Mais ou menos 3km. Pra quê? Pra comprar uma Coca-Cola de 2L e voltar tomando no caminho. Voltei caminhando apenas pra ter tempo de tomar o refrigerante. Loucura, né?

Sofri muito bullying (na época nem tinha esse nome) porque eu estava... GORDO! Ofende sim, há aqueles que mandam pra casa do chapéu (como dizia meu amigo e professor de música Saulo Ferreira) e se ofendem menos, mas também há aqueles que ficam mais ofendidos ao ponto deixarem que sua autoestima baixe mais ainda. Eu era da galera da segunda opção. Fora isso tudo, ainda teve o falecimento do meu pai, quando eu tinha apenas 14 anos.

Para contar minha história, pedi depoimentos e/ou lembranças de algumas pessoas que acompanharam esse processo. Um dos depoimentos que peguei foi da minha primeira namorada, Regina Xavier.


“Bom, tive um relacionamento de 5 anos com uma pessoa legal, era feliz, mas eu era ‘a namorada do gordinho’. Apesar de ter sempre mantido meu peso, passei anos ouvindo os questionamentos das pessoas por ter escolhido uma pessoa obesa ao invés de um rapaz magro, já que sempre fui esportista e mantinha dieta regrada. Como vocês transam? O que você viu nele? As pessoas realmente enxergam apenas a aparência. E eu fui criticada e motivo de piadas que passei anos fingindo não ouvir. O mais triste de tudo não eram as críticas à aparência do meu namorado, era saber que a pessoa que eu amava estava destruindo a própria saúde e deixando de viver momentos comigo por conta do peso.”
(Regina Xavier)


Eu nunca soube disso. Fiquei até emocionado quando li o depoimento de Regina. Não sei nem o que colocar aqui. Passo a bola e deixo a critério de vocês, leitores, tirar suas próprias conclusões. Só posso agradecer a Regina por não me dizer isso na época.

Ao ler esse depoimento, lembrei-me de um livro que estou lendo, O gato malhado e a andorinha sinhá, de Jorge Amado. Tem uma trova de Estêvão da Escuna que foi o que inspirou Jorge a escrever esse livro:

O mundo só vai prestar
para nele se viver
no dia em que a gente ver
um gato maltês casar
com uma alegre andorinha
saindo os dois a voar
o noivo e sua noivinha
dom gato e dona andorinha.
(Estêvão da Escuna)

Conversando com minha prima Betinha, lembramos que eu mentia. Mentia pra me enganar e enganar os outros, tentando abafar a minha falta de autoestima. Eu acreditava na própria mentira. Eu chegava pra alguém, por exemplo, e dizia “Corri 5km ontem!”. Que nada! Eu não aguentava nem correr 100m, todo mundo sabia disso, imagina 5km. Mas eu queria poder correr tanto. As pessoas que conviviam comigo, primos e amigos, eram todas atléticas, eu era o único que não, e a pressão era muito grande. Eu acabava mentindo pra “acompanhar” a galera.

Fui levantando a autoestima aos poucos e, ao longo do tempo, comecei a pensar Pera... porque eu vou mentir que corri os 5km, se eu posso treinar até correr os 5 km?

Porque hoje não tenho medo de falar isso? Porque hoje eu sou muito seguro de mim nesse ponto e porque era a mentira vinha da fraqueza, vinha da baixa autoestima. Não gosto de mentiras, sei o quanto a pessoa que mente se prejudica principalmente e prejudica  quem está ao redor. Se tenho medo de ser julgado por falar isso? Não, fique à vontade. Hoje eu sei que em alguns momentos acabamos pregando peças na gente para não ter que ir pra rua, suar e passar por todas as dificuldades até chegar nos 5km de corrida. Cuidado! Fique de olho! Isso é autossabotagem! Existem inúmeras formas de sabotar a si, e essa foi a minha.

Tentei várias formas de emagrecer, dietas doidas, shakes, dieta da proteína, da sopa, do vento, de tudo. Elas até me faziam perder alguns quilos, mas, em algum momento, eu ganhava tudo novamente ou, pior, ganhava até mais. Ganhei cada vez mais, até chegar nos 130kg. Fui à nutricionistas e só não digo que ''joguei dinheiro fora'' porque tudo isso fez parte da busca para vencer, mas as consultas não adiantaram. Eu ainda não estava verdadeiramente decidido, eu queria um milagre, queria alguma forma de não precisar vencer barreiras psicológicas, queria um caminho em que sofresse um tempo (ou não sofresse!) com fome, emagrecesse e pronto! Mas desse jeito nunca ia dar certo. E não deu, durante anos.

Eu era completamente sedentário, sequer fazia caminhada. Tentava academia às vezes, mas um mês foi o máximo que consegui ficar em uma, mesmo assim faltando bastante. Por quê? Ah... porque eu não tinha a vontade internalizada ainda, ainda não era de dentro pra fora.

Eu queria estar bonita pra ele e pra mim mesma, mas não entendia porque ele não fazia o mesmo. Ele poderia continuar acima do peso, mas um dia me perguntei o porquê de ele não tentar e isso me deixou muito triste. O tempo passou e alguma coisa foi o gatilho para o que eu tinha sonhado viver. Ele emagreceu aos poucos, mudou a alimentação, se sacrificou e deixou de ser o gordinho criticado pelos conhecidos e olhado de lado pelos estranhos quando estava ao meu lado. Não fiz parte desse processo, mas participei de uma fase difícil, talvez ele tenha tentado e eu não vi, mas participei da parte mais "pesada" desse processo de transformação.  

(Regina Xavier)

Disso eu lembro. Eu lembro que entrava no shopping com Regina (íamos muito lá) e os seguranças passavam rádios entre eles: “Olha aquele gordinho com a morena. Ali deve ser rico e corno”. Eu ficava morrendo de vergonha, mas fingia que não tinha acontecido nada.
Uns anos antes, uma tendinite no braço direito que me impedia de, às vezes, até levantar um copo vazio tamanha a dor que eu sentia. Depois de um tempo, eu consegui melhorar o braço, aí comecei a estudar Flauta Transversal com o professor João Liberato, que virou meu amigo. Nesse processo de estudar flauta, João, ao invés de ficar me criticando pelo sobrepeso, começou a me conscientizar e, assim, levantar a minha autoestima de verdade. Aos poucos, falava que para que eu pudesse ser o que eu quisesse na vida, o corpo e a mente precisariam estar preparados, fortes, resistentes. Por que um músico, um contador, um engenheiro ou qualquer pessoa precisa ter menos preparo pra viver? Dizia ele. Uma boa saúde, um bom preparo físico ajuda bastante no caminhar de qualquer um.
                                                                    
Fui ouvindo as palavras dele, internalizando e pensando: "É... por que não?". Fui a outra nutricionista, ela passou uns exames rotineiros e eu me descobri com pressão alta, colesterol, gordura no fígado, enfim, vários problemas de saúde e pensei: como vou conseguir ser o que quero se eu não tiver saúde? Nesse dia algumas fichas caíram com a ajuda de João. Outra pessoa importante na minha vida foi minha ex-namorada, Ana Jéssica, hoje minha amiga. O fato de ela também me aceitar daquele jeito já levantou minha autoestima de uma maneira extraordinária. Ela me deu muita força! Mas ainda tinha muito chão e eu não estava completamente decidido.

Em Garanhuns (2009) | Não foi o maior peso que cheguei
O processo havia começado. Foi mais difícil no início, apesar das indicações da nutricionista, eu ainda estava perdido, nunca havia feito exercício físico, não sabia como comer nem o que comer, pois os meus hábitos eram completamente diferentes – o paladar era diferente, eu sequer comia salada e odiava salada e frutas. Como eu ia comer o que a médica passou se eu não gostava de 70% do que estava ali prescrito? Eu não podia fazer qualquer exercício físico por causa do braço. Resolvi tomar shake e ir à natação. Foi o que eu consegui.

Quando eu comecei a tomar shake, eu já fui sabendo que, para mim, aquilo não ia funcionar por muito tempo (até porque eu já tinha tentado isso). Então tomei e, ao mesmo tempo, ia tentando substituí-lo por uma alimentação melhor. Quando eu não conseguia, shake, quando eu conseguia, maravilha, mas o objetivo era sempre tirá-lo. Emagreci uns 15 quilos nesse processo. Já deu pra dar um empurrãozinho na autoestima.

Nesse tempo, resolvi passar 60 dias (ou mais) comendo, sempre que podia, no Restaurante e Empório Naturista, apesar de não ser vegetariano, pra aprender a comer salada e outras coisas. Isso aconteceu no período em que eu fazia natação. Às vezes eram duas vezes por dia, mas meu horário fixo era entre 22h e 00h e só tinha uma academia em que a piscina ficava disponível nesse horário. Comi saladas e me acostumei com o gosto. Beleza! A partir daí eu tive um pouco mais de segurança pra tirar os shakes e eles foram saindo, saindo... Às vezes eu tomava, tinha umas mini recaídas, comia muita besteira, tomava shake um dia ou dois, mas ficou raro; muito raro; até que sumiram.

Tocando: Detalhe pro braço, a atadura que
 colocavam por causa da tendinite
Minha mãe descobriu uma academia que aliava musculação (pra saúde e pro corpo) com fisioterapia (pro meu braço), a Fisioform. Foi a ligação mais importante em termos de atividade física/saúde da minha vida. Comecei a malhar lá em onze de maio de 2012. E eu faço questão de citar os nomes de Alessander Leite, proprietário da academia, fisioterapeuta e educador físico, e Mínero Júnior, coordenador e educador físico. Principalmente esses dois me ajudaram e ainda ajudam bastante nessa minha história. Foi com eles que eu criei uma consciência real e finquei o pé no chão nessa caminhada. Eu pensava: Já tinha tentado tantas coisas, que não custava nada tentar mais uma. Fiz o que me instruíram nessa academia e, adivinhem, meu problema do braço sumiu, eu continuei emagrecendo e fazendo musculação! Depois de uns anos, fazer musculação começou a ficar chato, mas a música me ensinou o poder da disciplina, então mesmo às vezes sendo chato eu ia, pois eu tinha uma motivação que era MUITO maior do que o quão chato era aquilo.

Durante a avaliação eu percebi que você estava insatisfeito com essa condição de estar obeso, precisava provar mais do que pros outros, precisava provar pra si mesmo que você poderia entrar em forma e ter uma visão de saúde. Então, claro que sempre te apoiamos e eu sempre imaginei que você conseguiria sem a intervenção cirúrgica.
(Mínero Júnior)

Lembro bem que eu tinha medo de machucar o braço e procurava Alessander direto pra falar Cara, tá doendo!. Ele dizia: É assim mesmo, vá fazer musculação, tem que fortalecer, só vai fortalecendo de verdade, vá pegar peso nesse braço! E eu ia. Resolvi confiar 100% em como me instruíam e fiz o que era necessário. Tinha dias em que doía tanto que eu ficava com raiva, chegava a duvidar. E aí vinha o pensamento: Não! Eu vou até conseguir, confio no trabalho dele. E deu certo!


“Logo que você entrou, quando estava com a tendinite, lembro que tinha bastante dificuldade de evoluir as cargas. Você tinha medo de se machucar. Eu explicava que era importante ganhar o fortalecimento justamente pra poder vencer a tendinite, assim como evoluir no quadro geral, aumentar musculatura e reduzir gordura.”
(Alessander Leite)

Aí a tendinite estava numa fase melhor...
Demorei um bom tempo pra entender que era importante pegar pesado pra desenvolver a musculatura. Esse “pegar pesado”, como disse Alessander, acaba tornando a gente uma bomba de gasto energético e isso precisa ser reposto com uma alimentação adequada. Apesar dele conversar comigo várias vezes, ainda tinha o medo de engordar, as inseguranças, etc. Eram quantidades erradas, nos horários errados, às vezes quantidades acima, às vezes abaixo do que precisava para desenvolver.

Vários instrutores nesta academia me ajudaram bastante. Lá, fui instruído para não subir na balança o tempo todo, pois isso causa ansiedade, e assim eu fiz. Escorreguei na dieta várias vezes, mas quando acontecia eu pensava: Bom, eu tinha 130kg, estou com 110k, aumentei pra 112kg, ou seja, eu não engordei 2kg, eu perdi, ao invés de 20kg, 18kg, vou continuar perdendo.

Foi feito o projeto, a ficha, junto com o fisioterapeuta Alessander e a gente começou o trabalho, mas o que impressionou mesmo foi sua dedicação, sua força de vontade. Todos os problemas de dores e as dificuldades de execução da ficha você superou bravamente e sempre atento a todos os detalhes específicos do treinamento, sempre questionando, ávido por saber todos pormenores do que seria necessário pro seu emagrecimento. Sempre ambicioso, no sentido de querer e conseguir, você já projetava sua vitória.
(Mínero Júnior)

Lembro na época do natal/ano novo de 2013. Comecei a comer, comer, comer e engordei 10kg ou mais. Fui entrando nessa que nem percebi. É aquela coisa de se enganar, “ah.. natal, ano novo, vou me dar uma folga”. Quando eu percebi, estava no caminho de volta, mas retomei a dieta e continuei minha caminhada.

Pra tomar decisões como essa na vida eu entendi que a gente tem que aprender a dizer não pra si. Pior, tem que dizer não, ficar com raiva de você mesmo pelo não, baixar a cabeça como se estivesse baixando pro não da mãe ou do pai e não comer besteira. É difícil, mas como qualquer coisa – acostuma, vira o dia a dia e quando você vê o benefício que isso traz, é aí que dá um gás mesmo!

Lembro do dia que você escolheu de verdade parar de comer porcaria. Eu e você já tínhamos tentado isso várias vezes, mas uma vez, sempre na mesma lanchonete, sentamos na nossa mesa comum e você pediu o sanduíche. Logo depois cancelou, olhou pra mim e falou:  "não como mais aqui, vamos continuar vindo e só vou pedir suco". Aquele foi o último dia que comemos juntos lá. Você ia comigo, tomava suco, mas não comia sanduíche”             
(Yuri Côrtes – irmão)

Quando eu subi na balança que vi, pela primeira vez, descer de 3 dígitos pra 2, nossa, foi uma alegria sem tamanho!

Lembrei de uma história. Nessa época eu já tinha perdido uns 30 quilos ou mais. Recebi um convite para comemorar o natal com a família de Ana Jéssica. Tinha muita gente e fazia um tempão que eu não ia lá. Teve um amigo secreto, fizeram um enorme círculo e o tio de Jéssica estava com o microfone chamando as pessoas para irem lá na frente falar sobre o amigo secreto. Quando fui chamado, saí andando pelo meio do círculo até chegar do outro lado e o tio dela comenta: Olha o namorado de Jéssica, agora arranjou um namorado bonito, um galã! Jessica prontamente gritou: É o mesmo. O tio dela ficou morrendo de vergonha, pediu desculpas e, claro, eu também fiquei com vergonha – situação complicada. A parte otimista da história é a felicidade pelo elogio, apesar de, no momento, só querer me enterrar. Hehehe.

Antes e depois| Hoje em dia com mais massa magra
Nessa época eu já estava sendo instruído a comer bem, pois o objetivo era ganho de massa magra. Ainda tinha gordura, claro, muita. O foco era trocar a gordura por músculo, mas eu não conseguia completamente. Não conseguia comer muito, mesmo que corretamente, por medo de engordar, medo de voltar ao que era, então eu malhava pesado e não comia o suficiente, ou seja, ficava com o corpo fraco. Alessander notava e perguntava Você está comendo bem? Você está comendo o que?!. Eu falava que estava comendo, mas que nada... não estava e ele sabia, e eu apenas me enganava. Não adianta, não tem como se enganar. Mas aí, aos poucos, ele e Júnior iam me instruindo e eu fui diminuindo esse medo. (Ainda hoje ainda tenho medo, mas cada vez menos!).

Por causa desse problema de alimentação, não evoluí como deveria. Mas sempre evoluí, só demorou mais.

Tem uma coisa muito importante: só o corpo não resolve, a mente é o fator principal. Alessander me apresentou uma frase de Henry Ford um dia desse, que ela explica muita coisa do que já foi escrito aqui: "Tudo começa na cabeça. Se você acha que pode , você pode, se você acha que não pode , você não pode. De qualquer forma você está certo.".

Quando me perguntam Como você conseguiu?! Como você emagreceu assim!?!? Qual é a receita?! eu sempre costumo dizer que A receita principal é você resolver emagrecer de dentro pra fora, não de fora pra dentro. Não adiantaram as dietas loucas, não adiantaram tantas coisas, pois ainda eram de fora pra dentro. Minhas motivações sempre foram saúde e corpo. Como Alessander bem lembrou, o mais importante nesse processo de transformação foi a mudança da escolha dos alimentos. Quantidades são importantes, mas, se você não escolher bem o que irá comer, não adianta. É escolher alimentos mais saudáveis não só porque é necessário, mas porque quer, porque aprendeu a gostar, porque esse se tornou seu modo de vida. É despertar prazer e amor por esses alimentos. E eu não conseguiria nada sem a minha mente.

O poder da mente nesse processo é IMPRESSIONANTE. Com o tempo, Alessander me apresentou o Crossfit e foi inserindo aos poucos exercícios e a metodologia do Crossfit no meu treino de musculação. Eu ainda não tinha entendido a filosofia e passava 2 horas, até mais, pra completar um treino, o que não deu muito certo. Então ele mesclou, melhorou, mas ainda sim demorava. Aí eu já estava na sede, na secura de fazer Crossfit, apenas esperando ele abrir o box. E... FINALMENTE ABRIU! CROSSFITAÇÃO! Dia 17/11/14!
Que alegria! Notei que os mesmos tipos de treinos que ele passava pra mim na Fisioform eu faço no Crossfit. A diferença é que eu faço em até 30 minutos!! A mesma coisa! O que mudou? A mente, pois o corpo era o mesmo. O que mudou foi que passei a acreditar em mim, passei a acreditar que podia. Volto à frase do Henry Ford. Você pode, só precisa acreditar que pode.

“Faltava aquele entendimento da filosofia, que é tentar superar sempre seu desempenho, tentar se melhora a cada dia, fazer o melhor de si. Não importa o resultado, não importa se o número for maior ou menor que alguém, o importante é saber se o seu foi o melhor que você podia fazer.”
(Alessander Leite)

Nesse processo, até então, minha mãe, que sempre me incentivou, saia pra comprar inhame, macaxeira, batata doce, banana, ovo, frango, carne, sem deixar faltar nenhum desses itens (confesso que eu até me estressava um pouco quando faltava.. rs). Taí a pessoa que mais me ajudou e ajuda, meu oráculo, minha melhor amiga, meu tudo!

Eu sempre quis aprender a cozinhar, mas nunca era mais forte do que sair do conforto e errar, errar, errar, até conseguir. Senti a necessidade de aprender a cozinhar principalmente pra fazer minha própria comida do treino, mas depois já cozinhava por diversão. Virou um prazer, um hobby. Até porque, no dia que eu morar só, como iria manter uma alimentação saudável se eu não soubesse fazer minha comida? Ou seja, saber cozinha me faz independente nesse sentido.

Pão integral - 65% integral -
 que sempre faço!
Está aqui no caderno minha primeira receita: Mingau de cremogema. Se tem alguém a que eu tenho que agradecer por poder cozinhar, são minhas amigas Angélica e Raquel. Elas me ensinaram os primeiros passos da cozinha com muita paciência e com muito amor, porém Angélica sempre cozinhou receitas nada lights (risos). A única forma de aprender era assim, então passei a comer mais 'besteiras' a fim de aprender a cozinhar, mas no pensamento ficava a ideia de um dia ter o conhecimento para tomar meu próprio caminho. Logo logo decidi fazer o curso de Auxiliar de Cozinha e Cozinheiro no SENAC para criar mais independência na cozinha, aprender as técnicas e modificar as receitas para meus objetivos. Hoje em dia, tenho um blog culinário, nadagourmet.blogspot.com, que me ajuda a me manter sempre pesquisando, errando, acertando, etc.

Ao longo do treino eu fui aumentando as cargas de uma forma que eu fiquei impressionado, pois a carga que eu aumentava na musculação nem se compara a que eu aumentava no Crossfit, e, o melhor, sem perder a técnica! No Crossfit notei que eu precisava trabalhar a mente para uma coisa. Apesar de não me considerar um atleta (espero um dia chegar num nível assim), eu me dedico bastante, vou com amor, dou o máximo de mim, ou seja, eu já deveria estar pensando como um atleta, comendo como um atleta, dormindo como um atleta, pois eu só consegui recuperar minha saúde e melhorar a alimentação, quando eu comecei a pensar e agir pra que isso tivesse acontecido. Eu só posso um dia chegar ao nível que quero, ao nível de um atleta, quando eu começar a agir em todos os sentidos para isso.
Tocando em 2014

Fui a um nutricionista esportivo. Nada melhor do que um profissional nos direcionando e apontando o que devemos fazer para que nossos objetivos se concretizem. Com certeza fico mais seguro e já me sinto bem melhor com as adequações alimentares!

Se eu saio da dieta? Sim. E como saio. Minha válvula de escape para a ansiedade sempre foi a comida, ou seja, no fim de semana eu sempre como alguma besteira, às vezes exagero. Comecei a trabalhar a mente pensando que se eu passo a semana toda comendo certinho, dando o máximo de mim no treino, vou chegar no fim de semana e ferrar tudo? Não. Não vou parar de comer besteira, mas também não vou me permitir mais comer como uma fuga. Isso ajuda a manter o equilíbrio que preciso, mas mesmo assim em épocas de crise o bicho pega. Se eu tenho medo de voltar a não cuidar a minha saúde mais? Não, não tenho medo, já internalizei, já faz parte da minha vida diariamente.


É isso que o Crossfit faz, inspira pessoas a transformar a vida. E a gente está num momento muito bacana de campanha mundial contra os refrigerantes, os excessos, a obesidade e o diabetes, que deixam muitas pessoas obesas. O Crossfit luta pela saúde das pessoas, incentiva as pessoas a melhorar, a buscar uma alimentação mais saudável.
(Alessander Leite)

Minha luta hoje em dia é para ter um dia de descanso. Fico querendo correr, fazer sup, treinar nos finais de semana, subir serra, etc... Faço porque amo, faço porque gosto, dá prazer. Mas a gente tem que dar um descanso pro corpo se recuperar, então eu me obrigo a descansar ao menos um dia na semana. Ou seja, estou mais uma vez dizendo não pra mim. É necessário!

Treinando Crossfit em 2014
Observo que com a metodologia do Crossfit isso aconteceu de forma natural, levou um tempo, óbvio, mas você foi a cada mês evoluindo, evoluindo... E se percebe a diferença não só física, mas também mentalmente. Em termos de preparo físico, hoje você tem o que poucos atletas têm. Óbvio que, às vezes, acontece de você não acreditar que é capaz de algumas coisas. Eu tento forçar, mas recuo porque acho que essa pressão deve ser apenas no sentido de incentivo e de você mesmo se pressionar para melhorar. Então a ideia não é pressionar para você chegar e desanimar. Aí é que realmente a transformação ficou definitiva e eu posso dizer que você nunca mais vai conseguir voltar ao que era antes, porque você realmente agora virou um atleta, não só fisicamente, mas mentalmente. Isso é, entender que é necessário sempre dar o melhor, não importa o resultado.

Mais uma prova de que a mente é uma das maiores responsáveis por pregar peças em nós mesmos, foi quando eu vinha passando por um problemão que não conseguia resolver de forma nenhuma, muito mais por falta de "amor próprio" do que por eu realmente não ter como resolver. Comecei a dormir mal novamente, me alimentar mal, acho que só não engordei porque o Crossfit é realmente magnífico, rsss... Treinando numa quinta-feira, com a cabeça em outro canto, preocupado, ansioso, apreensivo e por causa do problema, eu estava fazendo um exercício que exigia atenção – o Snatch. Acabei me machucando unicamente por culpa da minha desatenção. Eram 14h. Sentei no chão com vontade de chorar, mas mais por uma questão de desabafo, chateação comigo. Me levantei decidido: Vou resolver isso agora!. Pra não ser impulsivo, dei uma volta na praia enquanto botava gelo na testa. Respirei, meditei e, enfim, fui resolver o problema. Resolvi, tomei coragem, depois relaxei e pensei: Vou fazer esse treino... e é HOJE! Como no Crossfit os treinos não se repetem, aquele mesmo dia era a minha ÚNICA chance de fazer o que não tinha conseguido, de provar pra mim que eu conseguiria, que eu era capaz, que eu podia vencer isso!

Abdominal "Sit Up" no Crossfitação (Foto por: Ingrid Aragão)
Fui em casa, comi, voltei pro box e reiniciei o treino com a turma das 18h. As pessoas viam o machucado na minha testa e falavam Como você tem coragem? Você é doido?! Mas eu pensava: Eu posso, eu consigo. Fui com medo mesmo, fazendo o exercício, lembrando que a limitação estava na mente, 3... 2...1...já! Foi um gás fantástico pra fazer esse treino, fiz com tanto gosto que me deu uma sensação de liberdade interior, de força, revigorou tudo, consegui!


Mas por que essas histórias? Para que contar isso? Porque, pra conseguir chegar no que cada um toma como objetivo na vida, as dificuldades aparecem, a gente cai, levanta, cai, levanta. As pessoas começam a puxar você pra baixo, umas por egoísmo, ingenuamente ou não, outras por inveja mesmo, mas quando o seu objetivo for realmente maior do que a preguiça, o comodismo, a autossabotagem, que o ego, você consegue.

Isso funciona pra tudo na vida. Inclusive foi por causa dessa força que me tornei músico também!

Hoje em dia me considero cada vez mais um atleta, essa foi a minha maior conquista no campo da saúde. Levarei isso pro resto de minha vida, a determinação, a vontade de superação, a motivação do atleta, que não depende de ninguém, mas de si mesmo, de querer melhorar, de bater seus próprios recordes, de se desenvolver. É uma automotivação. E porque não levar essa mesma garra, essa mesma força para outros campos da vida? Porque não aprender tudo isso com o esporte, com o Crossfit, e levar para as outras áreas de nossas vidas?

Como Alessander disse: “É, quem diria, aquele cara com pouca autoestima, com medo de fazer exercício físico, com medo de se machucar hoje está aí podendo compartilhar essa vitória.” E, seguindo a filosofia do Crossfit, escrevo isso para compartilhar e ajudar as outras pessoas. Da mesma forma que fui ajudado.

Essa foto à esquerda fazendo HSPU (Hand stand push up) em Xingó/SE é um marco. Ela mostra superação de, voluntariamente, sozinho, fazer um exercício complexo, que envolve equilíbrio, força, coragem, concentração. Guardarei essa foto com muito carinho e que venham outros marcos de outras vitórias, de outras conquistas!

Obrigado a todos que fizeram e fazem parte dessa história direta ou indiretamente. À natação, à Fisioform e ao Crossfitação!

“Você passou para uma atividade muito mais complexa, que foi o Crossfit, em que realmente seu desempenho é de atleta. Você se supera cada vez mais, então você é uma pessoa vitoriosa, que passou por uma situação de obesidade, que a gente sabe que há aquela coisa que a sociedade exclui. Não deveria ser. Se você fosse obeso e não acontecesse nenhuma interferência dos indicadores de saúde, teoricamente não haveria nenhuma questão, nenhum problema maior, mas a sociedade exclui quem não está no padrão estético adequado. Mesmo assim eu acho que esse não foi o elemento principal, o elemento principal foi a busca desse contexto de você provar pra si mesmo que você poderia mudar essa realidade. Hoje você é um atleta do Crossfit.”
(Mínero Júnior)
No SUP (final de 2015)
Obrigado ao meu Coach, Alessander, por ter me ajudado a relembrar coisas para colocar aqui e, principalmente, por ter acreditado em mim, por ter abraçado essa causa.

“Fico extremamente satisfeito, gratificado, quando eu consigo  ver uma transformação de alguém como eu vi a sua. Fico gratificado de hoje conhecer esse espírito e conseguir colocar no seu dia a dia essa filosofia de se superar sempre, de fazer sempre o seu melhor, porque isso a gente leva pra vida. Poder passar isso pra outras pessoas tem sido uma grande alegria e a filosofia do Crossfit é isso, trazer pro treino diário das pessoas, pro dia a dia das pessoas, o esporte, trazer a possibilidade de uma pessoa comum se tornar um atleta sem precisar aparecer, sem precisar ser campeão no torneio, mas sendo campeão da vida no dia a dia.”
(Alessander Leite)
Box Jump (Foto por: Ingrid Aragão)


Enfim, da mesma forma que Alessander me ajudou e ajuda tantas outras pessoas, procuro sempre ajudar também. Esse é um dos motivos pelo qual lanço esse texto, hoje (28.12.2015). No dia 22.12.2015, tenho uma conversa com uma amiga, a Vivi. Venho sempre conversando com ela sobre esse processo e fiquei muito feliz em saber que minha história pode ajudar outras pessoas. Eis aqui a conversa:







Vivi: Ei, vc q entende mais de alimentação que eu, classifique aí esse prato...
Fase de aquecimento no CrossfitAção (Foto por: Ingrid Aragão)
Igor: Não sou nutricionista, pra mim, pensando em emagrecer, eu só tiraria ou diminuiria as batatas inglesas...
Igor: :D
Vivi: Vixe q você é rigoroso 
Vivi: Eu nemmmm pedi sobremesa 
Igor: kkkkkkkkkkkkkk
Igor: e vai pedir?
Igor: kkkkkkk
(2 horas depois ela responde)
Vivi: Não pedi. Lembrei de você falando da parada do "dizer não pra si mesmo" e fui forte!
Overhead Squat (Foto por: Ingrid Aragão)




Essa foi minha escolha, foi meu caminho, espero que ajude vocês a traçarem os seus e que sejam realmente felizes com as escolhas que fizerem!
Deadlift (Levantamento terra) no
Crossfitação ( Foto por: Ingrid Aragão)

* Nota (31/10/2016): Na época que escrevi, apenas Alessander era nosso coach, hoje em dia, Leyla também é nossa coach e eu tenho muito o que agradecer, minha eterna informante! (hahaha)

*Escrito por: Igor Côrtes
















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Manteiga Ghee! (faça em casa, é fácil!)

Comments (3) | quarta-feira, 2 de dezembro de 2015


Resultado final

Delicatessen Jazz! Pode clicar, o som é maravilhoso! Tive a honra de assistir um show deles no Festival de Blues e Jazz de Garanhuns e... sensacional! Manda muito. Uma aula de musicalidade. Inclusive, todo ano durante o carnaval acontece esse festival, pra quem quer algo mais tranquilo nessa época, com preços bacanas, boa música, taí um excelente local. Enquanto ouvia esse maravilhoso som, Ghee!

Preparando pra iniciar o processo
Mas... o que é Ghee? É a manteiga sem sal 'purificada', sem a água e os elementos sólidos. Toxinas da gordura do leite e lactose são completamente removidos (se feita corretamente).

É um processo fácil. O problema é que passei em uns 5 mercadinhos/hipers e não encontrei a marca que eu sempre compro. Tive que comprar outra, uma francesa lá (joguei fora a embalagem sem tirar uma foto, é... fazer o quê...). Tome cuidado na hora de comprar a manteiga: tem que ser em barra ($), sem sal e fique atento aos ingredientes, resumindo, se tiver uma porrada de ingredientes, tá errado, tem química. Gosto da Aviação.

Como eu tinha comprado uma manteiga diferente (menor e mais cara), precisei comprar 3 pra dar exatamente a mesma quantidade de 2 barras da Aviação, procurei uma panela que não fosse muito grande, pois, se precisasse escumar algo, a escumadeira não arrasta no fundo da panela (é no fundo da panela que fica a lactose, não pode raspar). Após isso, separei a peneira de aço inox (prefiro usar inox nesse procedimento porque a manteiga quente pode prejudicar a peneira plástico), a assadeira e o vinagre.
No fogo (note algumas partes brancas ainda em cima)

Peguei a assadeira, pus água até a metade, coloquei vinagre na água (pra evitar que fique preta - descobri errando, ou seja, assadeira toda preta e o susto!), Coloquei a panela na assadeira, coloquei as barras dentro (cortei pra facilitar), liguei em fogo médio e deixei a manteiga derreter no banho-maria (no fogão mesmo, não no forno... rs). Quando derreteu e a água da assadeira estava fervendo, contei 20 a 30 minutos.

Detalhe: em algumas marcas, uma parte da espuma (impurezas) sobe e outra mais sólida (a lactose) desce, em outras a espuma desce com a lactose, enfim, na Aviação uma parte sobe e tem que escumar, tenha paciência, escume sem mexer muito a manteiga, com cuidado, pois pode misturar a lactose que fica no fundo com a manteiga de novo. Com a que comprei dessa vez já foi diferente, a espuma desceu junto (foto) com a lactose, não precisei escumar quase nada (foi até melhor, mas não compensa em relação a grana). Achei tão estranho que até deixei mais um tempo.

Espuma + Lactose
Peguei a panela com muito cuidado, coloquei a peneira no recipiente de vidro e comecei a virar bem devagar (cuidado pra não cair lactose!). Como essa espuma era bem espessa (a da Aviação nem tanto), a peneira acabou segurando um pouquinho da lactose que ia caindo no recipiente de vidro.

Sempre deixo uma parte fora da geladeira
pra passar no pão, tapioca, etc...
(essa aí já tinha uns 6 dias fora)
Finalizando isso, deixe esfriar um pouco e coloque na geladeira. Eu coloco duas gotas de aroma de manteiga, mas não precisa. No final das contas, o que você compraria por 30 a 40 reais, pode fazer em casa por 14 reais (ou até menos) e dura bastante. Acho bem melhor.

No caso desse processo caseiro da fabricação da Ghee, as pessoas que tem algum problema com lactose precisam tomar cuidado, pois pode ficar traços de lactose na manteiga. Se você tem uma restrição de 100% lactose ou se mesmo pouca lactose provoca algum mal, cuidado. Todos os locais que li (e não foram poucos), esse processo "tira toda a lactose", mas, mesmo assim eu teria cuidado.


Receita:

Manteiga em barra - sem sal (compro 2 barras, pode fazer com uma, só cuidado com o tamanho da panela)
Paciência
Um livro ou música (pra esperar os 20 a 30 minutos)



Resultado final


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Mingau de Aveia com Leite de Castanha do Pará (aprenda a fazer o leite também, super fácil!)

Comments (0) | terça-feira, 24 de novembro de 2015

Daí pra barriga!! :D

                       Hidratando!
Água filtrada + castanhas hidratadas
África! Foi esse o som, pode clicar! A raiz de tanta coisa que ouvimos, sentimos, fazemos. Samba, Choro, Blues, Jazz, entre tantos outros estilos. Não só na música, mas também nas religiões, costumes, palavras, culinária, enfim... Os africanos merecem no mínimo respeito por tanta coisa boa que eles espalharam (e espalham) pelo mundo! O preconceito é tão grande que até eu me senti acuado, deixei o som baixinho, mas antes de terminar a primeira música pensei: nada disso, som alto! Na porta da minha cozinha tem uma janela pra correr o vento e eu senti um pouco do preconceito que tantos amigos e irmãos sentem, impressionante os olhares, as caras, etc...

Pronto pra coar!
Bom, mingau, enquanto ouvia minha música agora com o som alto, fui retirar as castanhas de molho e fazer o leite. Deixei-as de molho na água filtrada por 6 a 8 horas, joguei a água que estava de molho fora, pus um litro de água no liquidificador, pus as castanhas (algumas vão boiar, sem problema!) e deixei batendo lá. Quando mais bate, melhor! Após isso, coloquei o "voal" (clique) em uma panela, despejei o leite e fui coando com cuidado (ver foto no post do estrogonofe), tem uma hora que ficará no pano apenas uma massa, pouca coisa, Leite pronto, vai pra geladeira. Detalhe: pra deixar o leite mais grosso ou coloca mais castanha ou diminui a quantidade de água.

Leite pronto!
Lembro que uma pessoa de muita intimidade entrou em casa, eu estava ouvindo a música e falou: "Oxe... tá doido é?". Confesso que por dentro me senti um pouco ofendido, e respondi sorrindo: "Ah... tá com vergonha é?". Replicou: "Os vizinhos vão achar que estamos doidos...". Respondi:
"Eles estão tendo a honra de ter contato com a raiz de muita coisa que eles comem, ouvem, falam, etc...". Assim, o semblante de espanto dessa pessoa foi trocado por um sorriso sincero. Fiquei feliz nesse momento, acho que plantei uma semente...

Peguei a panela pra fazer o mingau, coloquei o leite, a aveia, cacau, adoçante culinário (usei o Tal e Qual), preferi deixar o fogo bem baixo porque a fome era tanta que fiquei com medo de arriscar e queimar. De qualquer forma, mexe sempre no centro, depois dá uma volta no canto da panela, ao redor dela, se fizer um som tipo "sshhhh" (pedindo silêncio, por exemplo), pode estar pegando no fundo, então sempre mexa assim e tome cuidado. Como pus fogo bem baixo, demorou um pouco mais pra ficar pronto, mas ficou. A consistência ficou maravilhosa, não deixe engrossar muito na panela porque quando vai ao prato e esfria ele endurece ainda mais.

Antes de ligar o fogo!!
Uma vez um professor de culinária falou algo interessante, algo como: "Cozinhar é ver, é sentir, é provar e é ouvir também, os alimentos conversam com você, respeite-os e ouça o que eles tem a dizer". Falei isso porque lembrei do "Shhhh...". E é a mais pura verdade!!

Pus o mingau no prato (hmmm!), coloquei canela em cima (coloquei um pouco de Whey em cima também), quase esqueço da foto... a única coisa que mudaria (já ajeitei na receita abaixo) é colocar um pouco de adoçante a mais (não fiz com açúcar, preferi não arriscar medida, caso alguém faça com açúcar e fique bom, me avise a medida pr'eu acrescentar aqui!!). Mas mesmo assim achei uma delícia! Tão bom que no outro dia fiz de novo...


Receita do leite de castanha do pará:

Uma xícara de castanha (ainda não hidratada)
1 litro de água filtrada (uso água filtrada pra não precisar ferver o leite pra tomar)


Receita do mingau:

2 xícaras de leite de castanha do pará.
3 colheres de sopa de aveia (fiz com a de flocos)
1 colher de chá de cacau em pó
1 colher de sobremesa rasa de adoçante culinário 
Canela pra polvilhar (pode usar também chia, linhaça, qualquer tipo de farinha pra polvilhar, fica a seu gosto!)


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Falafel: Delicioso e fácil de fazer!

Comments (0) | quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Assim ficou o Falafel!
Falafel. Um salgadinho delicioso oriundo do Oriente Médio, feito de Grão de Bico. Comi pela primeira vez em uma viagem ao Vale do Capão – Chapada Diamantina-BA, um lugar maravilhoso, onde a paz, trilhas e cachoeiras belíssimas são a tônica do local, vale a pena visitar! Passei um ano pra voltar ao Capão e, claro, Falafel novamente, na verdade eu nem lembrava que tinha comido, uma amiga quem pediu, aí lembrei, e, como ela mesmo falou: "Ficou a indagação no ar: do que é feito esse bolinho? Beleza, descobrimos os ingredientes, mas não vamos nos dar por satisfeitos: é preciso fazer!".

Hidratando!
Hoje, 15.11, nada mais justo que chamá-la pra fazer o Falafel juntos! E assim foi, dessa vez sem um fundo musical, mas ao lado tive uma maravilhosa companhia!

Bom, voltando pro dia 14.11, era pra gente ter colocado o Grão de Bico pra hidratar por 8h~10h antes de dormir, mas esquecemos, então o que seria um almoço, virou um jantar, ela colocou o grão pra hidratar 8h da manhã (eu estava correndo na Volta de Aracaju), é bom botar bastante água, pois à medida que ele vai inchando e “sugando” a água, ela vai descendo o nível e pode ficar sem água pra hidratar. Com o buraco no dia, aproveitamos para cumprir algumas obrigações que ficaram pendentes da semana.

No processo de triturar o grão- trabalho retado
Quando deu 17:30h, começamos finalmente a fazer, confesso (hehehe) que senti falta de uma musiquinha, até pensei em colocar, preferi não. Começamos a cortar as coisas, pra facilitar bater os ingredientes, cortamos tudo o menor possível, cebola, alho, coentro, cebolinha. Esprememos o limão, separamos o azeite. Cuidado na hora de medir o coentro e cebolinha, quando mais picadinho ficar, mais coentro cabe na xícara, ou seja, melhor deixar pra picar esses dois após medir!!

Como não tenho processador (por enquanto, espero!), batemos no liquidificador mesmo. Trabalho danado. Pra não sobrecarregar o coitado, colocamos metade do grão de bico, metade do sal e batemos, tivemos que balançar o liquidificador bastante (o coração de minha mãe deve ter apertado várias vezes, hehehe) porque sempre ficavam grãos inteiros, mas é melhor assim porque se colocarmos água ou qualquer líquido, ele não forma uma massa na consistência que dê pra modelar os bolinhos à mão. Pode até colocar e depois adicionar farinha pra engrossar, mas aí já ficaria mais “gordo” o bolo e o gosto mudaria. Sem farinha é melhor.
Ficou nessa consistência a massa batida (a colher está de lado)

Prontos pra ir ao forno!
Após bater o grão + sal, colocamos a metade do resto dos ingredientes, batemos, reservamos e fomos fazer o mesmo com a outra metade. Uma pasta grossa se formou, untamos com azeite uma forma de pizza e, após isso, com o forno pré-aquecendo, enrolamos um bolinho e deixamos lá um tempo pra ver se ele se desmanchava (caso isso ocorresse tinha que bater tudo com um pouco de farinha de trigo integral). Como ele se manteve intacto, começamos a enrolar. Enquanto um enrolava, o outro lavava os pratos e assim trocamos as funções.

Com tudo enrolado, hora de ir ao forno, mas... e agora? Além do gás aqui ter mudado e eu não tenho referência ainda do tempo dele, não tínhamos ideia de quanto tempo ficava no forno, nem os graus, nem nada. Bom, teve que ser no "olhômetro". Colocamos em forno médio (180~220 graus) e deixamos uns 30 minutos, pouco sinal de mudança, então resolvemos deixar mais uns 20 minutos, já vimos que ele endureceu, viramos o lado dos bolinhos com cuidado e aumentamos o forno um pouco pra ele dourar, finalmente eles douraram, certo que na ponta deles ficou um ponto mais escuro, mas nenhum deles queimou muito ou passou do ponto de uma forma que alterasse o sabor.

Esquentando... e observando!
A fome era enorme! Corre pra comer! Como eu não sinto segurança pra comer apenas grão de bico, amendoim e etc e suprir as necessidades do corpo de proteínas/aminoácidos, etc., eu peguei um pouco de frango desfiado pra acompanhar. Começamos e comer e... nossa, delicioso!! Um pouco apimentado (só tinha cominho e pimenta juntos, acabei botando a mais) e o gosto do coentro/cebolinha ficaram levemente desequilibrados (é só atentar pra não picar muito esses dois pra não assentar mais na medida da xícara), mas mesmo assim estava uma delícia! Surpreendente! 

Essa descoberta de sabores feito com as próprias mãos é magnífica. Em termos de sabor, nem precisava do frango, apenas o Falafel estava perfeito, apesar dela  ter comentado algo que fazia sentido “Só faltou um vinagrete!”. Verdade, acho que um vinagrete ia ser muito bom. Da próxima vez penso melhor nos acompanhamentos! 

Quem comeu, aprovou! Quando eu tiver um processador com certeza farei o dobro dessa receita.

Receita:

1 xícara de grão de bico (ainda sem hidratar)
1 colher de chá de sal marinho
1 a 2 dentes de alho (depende do quanto você gosta de alho - pra mim 2 ficou bom)
2/3 cebola picada
1 colher de sobremesa de cominho
1/2 xícara de coentro
1/2 xícara de cebolinha (cortadas em rodelas)
1/3 colher de chá de pimenta-do-reino (acho que duas pitadas)
1 colher de sopa de suco de limão
4 colheres de sopa de azeite


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