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Yakissoba de carne! Muito bom!

Comments (0) | domingo, 11 de dezembro de 2016


Assim ficou o Yakissoba!

 A música, como sempre, em primeiro lugar e dessa vez não poderia ser diferente, pensei em iniciar o texto de outra forma, mas não consigo. Da primeira vez que fiz o Yakissoba não estava ouvindo música, estava fazendo e conversando com um amigo. Da segunda vez, aí sim, fiz uma coletânea ''Groove'n soul'', contendo Ben L'oncle soul, Micheal Jackson, Steve Wonder, Tower of Power e etc, não tinha como dar errado, né?

Temporada de culinária japonesa no blog, pós curso de culinária Japonesa, que continuem os testes! Como falei, minha alergia severa a camarão me impede de comer por aí em qualquer canto, tive que aprender a fazer mesmo.

Sabe a pressa? Pra mim não rola, não dá certo, só sai doideira.

No budismo a gente aprende a não fugir do erro. A busca cega pelo acerto pode causar muito mais dor do que o equilíbrio entre buscar os acertos de forma consciente, mas também não fugir dos erros, pois, se fugirmos, nunca saberemos lidar com eles quando eles ocorrem, e irão ocorrer!! E é por isso, resumindo, que a proposta do blog é inclui-los.
Caldo de legumes em curso
(depois cortei o tomate no meio)

Da primeira vez que fiz, estava cozinhando e conversando sobre dores de cotovelo com meu amigo e parceiro musical Lucas Pinheiro, é um papo denso, resultado? Deu merda, "entrou água". Quando for pensar em mudar a receita, no caso de nós, mortais, limitados na cozinha, planeje, pense, e foi isso que faltou da primeira vez.

Para ter um balanceamento melhor das questões nutricionais, baseado nas minhas necessidades atuais, inventei de diminuir a quantidade de macarrão e dos legumes, aumentando um pouco a carne, aí cometi a cagada fenomenal de esquecer de diminuir o shoyu, o saquê e o óleo de girassol. Eu até ia colocar no olhômetro o shoyu, mas não sei o que me deu no juízo na hora de seguir a receita no meio do caminho, aí taquei o que tinha na receita. Ou sigo a receita toda, certinho, ou vai tudo no olhômetro, dosando, experimentando e acrescentando.

Desastre.

Lucas até gostou, acho que foi pena da minha cara de: Puta merda, vacilei!. (kkkkkkkkkk)

Cebola cortada em pétalas.
No final das contas, no primeiro Yakissoba, deu tudo... errado mesmo.

Comecei cortando logo todos os legumes, pois também queria começar pelo caldo de legumes e já adianto que você pode usar também as sobras dos legumes para fazer o caldo de legumes. Coloquei água em uma panela, as sobras dos legumes + outros legumes. Deixe em fogo baixo, cozinhando aos poucos, o máximo de tempo que puder, vá acrescentando água (de preferência já fervida pra não baixar a temperatura).

Enquanto isso pode cozinhar o brócolis, a ervilha torta (clique no link) e a cenoura no vapor por 5 minutos e dá um choque térmico na água com gelo (choque térmico no brócolis e ervilha torta). Como proceder? Coloque a água pra ferver num cuscuzeiro, coloque a cenoura, conte 2 minutos, depois coloque o brócolis e a ervilha, conte uns 3 minutos e dê um choque térmico. Há quem prefira legumes mais moles, outras pessoas mais densos, fica a seu critério o tempo de cada coisa.
Como ficaram os cortes.

(Detalhe 1: cuidado pra não ficar cozido demais, pois ainda vai pro fogo depois).
(Detalhe 2: a água que sobra do cozimento do brócolis/cenoura/ervilha torta pode ser acrescentada na panela do caldo de legumes, nada se perde!).

Corte a carne em tiras e voilá!, tudo cortado: cebola, etc. Acabei cortando a cebola em brunoise (quadrados pequenos), era pra ter cortado em pétalas como no primeiro Yakissoba, mas acabei me passando. Força do hábito.

Para os vegetarianos, é só trocar a carne por cogumelos. Lembrando que no macarrão integral, ervilha e brócolis já tem uma certa quantidade de proteínas.
Cuidado, pois pode precisar diminuir ainda mais o shoyu/saquê!

Macarrão quase pronto.
 esperando só o momento de ir pra frigideira
Bote a água do macarrão pra ferver, não coloque sal e, quando ferver, coloque o macarrão. (Fiz com macarrão integral, mas pode fazer com macarrão pra Yakissoba também.).

Dica: Deixe o macarrão 'al dente', ou seja, não cozinhe totalmente, pois ainda irá pra frigideira e lá termina de cozinhar. Normalmente vem na embalagem o tempo, mas se for fazer com integral, o tempo é um pouco maior do que o descrito, vá experimentando. 

Dica 2: o macarrão integral tem uma consistência mais densa que o branco, então não se baseie na consistência do branco na hora de experimentar.

Tamanho do corte da carne.
Enquanto a água do macarrão ferve + o macarrão cozinha, pegue uma frigideira, coloque óleo e frite a carne, depois acrescente a cebola, brócolis, cenoura, ervilha torta e repolho, refogue um tempo. Após isso, coloque o saquê, o caldo de legumes e o shoyu ao mesmo tempo, refogue um tempo.

Pus Cardomomo no Yakissoba, mas não era isso! Peguei o pote pensando que era outra coisa e taquei lá, mas consegui tirar, pois não cheguei a mexer. Quase!

Tempere como desejar.

Tudo refogado, misture o amido de milho com a água e vá colocando aos poucos na mistura (provavelmente não usará todo), mexendo bem e rápido, para não formar grumos. A consistência é pra ficar como um mingau, mais pra grosso mesmo.

Amido + água
Escorra o macarrão e coloque na frigideira. (Dica: não precisa lavar o macarrão para esfriar, quando lavamos o macarrão, ele fecha os poros ao esfriar e dificulta a penetração do molho nele).

Mexa um pouco para terminar de cozinhar o macarrão e para o molho incorporar.

Desligue o fogo.

Coloque o óleo de gergelim. Mexa e 出来やがりました!




Note que o macarrão depois de frito
 fica mais consistente.
Observações:

Pode fazer de duas formas:

1 - A descrita acima, faz o macarrão sem óleo e sem sal, não frita o macarrão e come de garfo e faca ou de garfo e colher (como os italianos comem). Nessa forma mistura um pouco da técnica italiana aí,  mas descaracteriza.

2-  Um pouco mais demorada. Fritando o macarrão.

Na hora de fazer o macarrão, coloca óleo na água do macarrão, tira o macarrão um pouco antes de ''al dente'' e frita por até 10 minutos (cuidado pra não grudar ou queimar), fazendo esse processo o macarrão ficará mais consistente, facilitando a pegada com o hashi, assim como atente-se para não cortar as carnes e legumes muito pequenos!). Na primeira vez que fiz o Yakissoba (o que deu errado), fritei o macarrão, na segunda vez não fritei para sentir a diferença dele frito ou não e realmente muda muito! Depois coloca na mistura, desliga o fogo, põe óleo de gergelim, mexe um pouco e serve. Pode refrigerar depois de frito de um dia pro outro. Não congela.
Essa é a foto do primeiro Yakissoba
O que deu errado. Olha a cor dele.

Dica: após 30 minutos de pronto, o Yakissoba tende a ficar um pouco mais pesado, então tente fazer e comer na mesma hora! :D

E O SAL?!?!

É... mais uma vez não precisa de sal, porém, como foi reduzida a quantidade de shoyu, talvez pra alguns precise, aí você experimenta e acrescenta no final de tudo. No final!


Receita:

120g de carne
200g legumes (cenoura, cebola, repolho, brócolis, ervilha torta - ou ervilha - e o que mais quiser.)
Óleo para fritar
Óleo de gergelim torrado e o
saquê mirim culinário!

15g amido de milho
50ml água

100g macarrão (branco, integral ou próprio para Yakissoba)
20ml saquê
30ml shoyu
4ml óleo de gergelim torrado
Caldo de legumes (usará mais ou menos umas 2 conchas)


Caldo de Legumes:

Para o caldo de legumes, pode colocar água fria em uma panela, deixar ferver em fogo baixo pra médio e acrescentar cebola, alho, alho poró, cenoura, nabo, tomate, etc. Quanto mais tempo deixar, mais apura o gosto.


Dúvidas, sugestões, críticas? 
Pode mandar, grato! Sempre bom aprender.






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Yakimeshi de frango com shoyu! Perfeito e saudável!

Comments (0) | sábado, 22 de outubro de 2016


Assim ficou o Yakimeshi de frango!


Dessa vez não teve trilha sonora, foi ao som do silêncio e tem um porquê. Tudo na vida tem o lado bom, tive um problema na garganta e passei 4 dias sem poder falar, nem sair de casa, porém posso comer, então vamos nessa! Conversava com o grande André Britto sobre como eu tinha receio de ir ao retiro budista, pois não ia saber lidar com o silêncio, após esses 4 dias, vi a importância do silêncio, pior, no mesmo final de semana do retiro! Aprendi muito! Próximo retiro com certeza irei feliz da vida, sem medos.  Em silêncio, dá pra aprender muito sobre nós mesmos, fantástico, mas aqui não é pra isso, eu me empolgo com essas coisas... kkkk!

Vamos falar sobre comida, a comida oriental é fantástica! Saudável, pouco sal, muitos legumes, tem sido muito bom pesquisar essa área! E pense num rango gostoso! Como eu tenho alergia severa a mariscos ,tanto comida baiana, quanto japonesa, se eu quiser comer tenho que cozinhar.


Tudo cortado, olha aí o tamanho dos cortes!
Yakimeshi é basicamente o "risoto oriental" (palavras de um japonês, hein?!), segundo minha amiga Cíntia, que mora no Japão, Yaki = refogado, frito e meshi = arroz, ou seja, arroz refogado/frito, ele é feito com o arroz um pouco papado mesmo, pra dar uma liga e poder pegar com o hashi (aqueles pauzinhos), como eu não como com hashi, fiz com arroz integral mesmo.

Comecei tirando o frango e o arroz pra descongelar (faço frango e congelo em porções, assim como o arroz e carne moída). Detalhe: o frango eu coloco pra marinar no tempero por 12h a 24h, depois divido em porções.


Esperei um tempo, resolvi fazer de última hora, bateu o tédio do sábado a noite em casa e eu resolvi abraçar o tédio e aprender com ele. Lá vem esse papo de novo... hehe.

No final do descongelamento, eu fui cortando a cenoura em quadradinhos bem pequenos (isso vai facilitar na hora de refogar a cenoura, fica mais rápido) e cortei o presunto em quadradinhos pequenos, depois cortei a cebolinha em rodelinhas, cogumelo champignon em fatias e o frango em tiras. Reservei tudo.


Frango pronto e reservado!
Pegue uma frigideira não muito pequena, pois você vai acrescentando as coisas na frigideira e se for muito pequena pode cair a comida.

Com tudo organizado e cortado agora é hora de ir pro fogão, a partir de agora é mamão com açúcar! (odeio mamão! Pff...).

Coloquei um pouco de manteiga ghee (feita em casa, clica nolink! Pode ser manteiga normal) na frigideira e fritei o frango (sem sal), no final coloquei um pouco de shoyu. Reservei.


Tudo refogado, agora é só colocar o resto!
Na mesma frigideira, coloquei o ovo (tirei a pele da gema) e fiz um ovo mexido (sem sal). Reservei.
Ainda na mesma frigideira, coloquei pouca manteiga ghee, deixe esquentar e refoguei a cenoura. Depois de um tempo pus o presunto e logo após o cogumelo, deixei mais um tempo refogando, pus o frango, mexi e desliguei o fogo.

 Com o fogo desligado, coloquei o arroz integral (já cozido), o ovo mexido, o óleo de gergelim torrado, cebolinha, misturei tudo, coloquei no prato e voilá, ou melhor, 出来やがりました!



Quase lá!
VALEI-ME!!! E O SAL?!

Não... é isso mesmo. Shoyu tem sal e o presunto também o arroz, bem pouquinho (e próxima vez acho que coloco menos ainda no arroz). Vai na fé que eu ainda achei até que pegou um pouco no sal, poderia ser menos, talvez as pessoas achem que está no ponto do sal, porque normalmente meu ponto de sal é mais baixo que o da galera.. hehe. Imagina só a quantidade de sódio que você ia ingerir se colocasse um pouco de sal em cada etapa.



Estava UMA DELÍCIA! Surpreendente!
(e o fi da pé enche, viu, de hoje que eu comi e estou na tranquilidade aqui!)



That's all folks!
Yakimeshi de Frango

20g manteiga ghee (para refogar)
1 ovo
15g cenoura 
15g presunto
30g cogumelos champignon
5ml óleo de gergelim torrado (tem em mercadinhos)
50g arroz integral cozido
100g frango


A proporção de arroz e frango é por sua conta, eu preferi assim, pois era uma janta!


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Caruru de camarão, sem camarão! Uma delícia!

Comments (2) | segunda-feira, 25 de abril de 2016

Assim ficou o Caruru! Divino!
CA-RU-RU!

Bom demais, viu...? Já adianto logo...
Quiabos tratados e sem a cabeça!

E pra quem não conta mais calorias, aí que é bom mesmo.. kkkkkkkk. Mas não é qualquer caruru, é o famoso Caruru da Angélica! (Ou "Gu" para os íntimos - e para os caras de pau como eu). 


Detalhe: Nesse dia não teve trilha sonora, não estava acompanhado de grandes músicos, mas tiveram duas companhias maravilhosas das minhas professoras: Raquel Brabec e Angélica Brabec. É, esse nome tem pesos, chega dá calafrios...BRA...BEC!

Alguém tem BIS aí?

Uma das coisas boas da vida é que a gente sempre tem o que aprender, imagina só como seria chato já saber tudo. Fazia muito tempo que não tínhamos um momento como esse, viver isso me lembrou de todas as vezes que Gu me ensinou tantas coisas quando eu não sabia absolutamente NADA, hoje em dia eu sei apenas NADA, hehehe. 

Poucas pessoas na vida me mostraram como se ensina algo com amor de verdade. Minha mãe, claro, está em primeiro lugar nas paradas, Saulo Ferreira também é meu professor de música que ensina com tanto amor que chega a ser fantástico. Saulinho, arranja um tempo pr'eu voltar às aulas... kkkkkkk! Gu e Raquel me ensinaram (e ensinam) a cozinhar, já começa que eu nunca recebi de uma pessoa uma demonstração de amor tão grande na cozinha (é, me desculpem...).

Com os ensinamentos culinários delas eu aprendi (e aprendo!) não só a cozinhar, mas também uma das formas de amar. Aprendi a ter mais amor, carinho, respeito, paciência, compreensão, tudo! Isso apenas derivado da cozinha. Então eu deixo aqui a minha eterna gratidão a Gu e Raquel por isso.

Bom, vamos ao famoso caruru da Angélica Brabec, que comandou tudo: modo de preparo, técnicas e etc. Como tenho alergia a camarão e não posso comer, sentir o cheiro dele já me dá dor de cabeça, eu troco a proteína por frango. Porém... a própria Gu, Raquel, Rapha e Dona Vlasta aprovam o caruru de frango e até alguns chegam a falar que não sentem falta do camarão. Bom, eu não sinto falta de qualquer jeito.

Nesse dia, fiquei mais aprendendo, registrando, etc. Quem fez mesmo foi Gu e Raquel, apesar de elas negarem isso.

Eu queria fazer o Caruru na mão, sem processador, mas ia demorar bastante, aí elas me convenceram a fazer no processador, e foi melhor mesmo. É que tenho a mania de fazer tudo na cozinha à mão pra ir adquirindo agilidade no corte, etc etc. Mas ali não era hora pra isso. Ainda, de quebra, aprendi como usar um processador, comprei um há mais de 2 meses e está aqui paradinho ainda, hehehe, além de outras dicas culinárias.
Quiabos cortados em cruz e, depois em quadrados.

Como éramos 2 + 1 bônus (eu), Raquel foi lavar a cebola, tomate, tirar pele do tomate, cebolinha, coentro, etc. Enquanto eu higienizava os quiabos, cortamos a cabeça dos quiabos e fui cortá-los no processador. Pega a lâmina mais fininha e mão na massa!

Tamanho do corte dos frangos (para os alérgicos).
Se você não tiver processador, corte os quiabos em cruz, depois em ''quadrados'' (ver foto).

Dica para descobrir se o quiabo está bom: segure-o e pressione a ponta fina com o polegar, ele irá quebrar fácil. Se a ponta dobrar e ele não quebrar, o quiabo já está duro e não pode ser usado na receita.

Corta o frango em tiras um pouco maiores que o tamanho de um camarão médio, pois quando ele frita encolhe um pouco, coloca os temperos que quiser no frango (lembre-se de colocar açafrão ou colorau pra dar uma cor) e reserve.

Pegue uma panela grande e uma frigideira antiaderente grande (ou outra panela mesmo) e, após todos os temperos cortados em brunoise (clique no link), ou seja, quadrados pequenos, divida os temperos meio a meio (exceto o quiabo, gengibre, castanha, amendoim)

A "cama dos temperos para colocar os quiabos em cima.
Eu só tinha comido caruru uma vez na vida, quando eu era criança, uma tia minha fez e tirou um pouco pra mim antes de colocar o camarão, mas eu nem me lembrava do gosto. Quando foi no São João do ano passado (2015), essa dupla dinâmica resolveu fazer um Caruru pra levar pra festa de São João na casa de meu primo. Com frango. Trocamos o Caruru que tinha lá por esse nosso e voilá! O caruru acabou bem rapidinho e, à medida que eu ia perguntando "Tá bom?", o povo dizia: "uma delícia". Quando eu comentava: “é de frango”, as pessoas ficavam espantadas, comentando que não havia percebido.

Quiabos em cima da "cama'' de temperos.
Na panela, faça uma ''cama'' com a metade dos temperos + óleo para colocar o quiabo em cima (a fim de impedir que o quiabo tenha contato com o fundo da panela). Coloque o quiabo em cima dessa "cama". Fogo baixo, hein?! Com uma colher de plástico, vá desgrudando os temperos do fundo da panela do quiabo, com cuidado para não desfazer a 'cama' e vá acrescentando água aos poucos pros quiabos cozinharem na água e irem amolecendo. Quando os quiabos começam a ficar moles, já pode mexer, em vez de apenas desagarrar do fundo.

Dica: coloque outra panela (ou cuscuzeiro) para ferver água e deixe sempre fervida. Com uma concha, vá acrescentando água na panela do quiabo, pois como o fogo estará muito baixo, caso acrescentemos aos poucos água sem estar fervida, demorará uma eternidade pro quiabo cozinhar e amolecer.

Faça o leite de coco (ou compre aproximadamente 700ml de leite de coco no mercadinho). Nós preferimos comprar o coco fresco ralado e fazer os 700ml. Não precisa usar um ''voal'', vai na peneira mesmo pra ficar mais consistente, separe 200ml de leite de coco e reserve; coloque o amendoim, castanha de caju e gengibre no liquidificador com os 500 ml restantes do leite de coco e bata bastante. Reserve. 

Dica: corte o gengibre em pedaços menores para facilitar na hora de bater.

Panela do frango
(no texto eu sugeri uma
frigideira antiaderente grande)
Enquanto o quiabo cozinha na outra panela, frite o frango em uma frigideira antiaderente (caso queira economizar na quantidade de óleo), retire o frango, reserve, refogue a outra metade dos temperos, acrescente o frango novamente, acrescente 200ml de leite de coco, 1/4 da caixa de extrato de tomate, deixe ferver (cuidado pra não se esquecer de mexer), ajeite o sal abaixo do ponto e reserve. 

 Momento tenso: lembrei aqui que em um certo momento Gu comentou "o frango eu queria deixar douradinho", daí eu sugeri colocar açafrão NO FRANGO ao invés de colorau, ela pareceu aceitar, apontou pra panela dos quiabos e falou: pode colocar. Coloquei, mas na hora que fui colocando ela fez uma cara de espanto, botou a mão no rosto, parecia que eu tinha colocado 2kg's de açafrão, aí na mesma hora eu pensei: fiz merda. Ela apontou pra panela do frango e falou "coloque com carinho, mas eu não quero nem ver", aí coloquei uns 3 ou 4 grãos de açafrão e falei: pronto, coloquei. No final das contas, o açafrão sequer deu sinal de vida no gosto ou no cheiro. Ainda bem, foi uma experiência de quase-morte.

Quiabos moles e prontos pra colocar
a mistura do leite de coco e o extrato.
Enquanto isso, vá mexendo sempre e acrescentando água na panela do quiabo. Quando o quiabo estiver molinho, coloque o resto do extrato de tomate e os 500ml da mistura do leite de coco que bateu no liquidificador e mexa até ferver. Vá experimentando o quiabo e sentindo a textura dele, tem que estar mole até o ponto que você quase não precise mastigá-lo.

Dica 1:deixe o sal sempre abaixo do ponto, pois ainda acrescentaremos a panela do frango.

Assim que foi colocada
 a mistura do leite de coco.
Dica 2: Após acrescentar a mistura do leite de coco, a água continua secando e provavelmente precise ainda continuar colocando aos poucos água fervente até a textura do quiabo ficar no ponto.

Pronto pra despejar
 a panela do frango!
Quando o quiabo estiver bem cozido, despeje a panela do frango na do quiabo, acrescente 2 a 3 colheres de sopa de Azeite de Dendê, pimenta a gosto e mexa até ferver, experimente para conferir a textura do quiabo.

Após isso, veja a consistência do caruru, se ainda estiver aguado, acrescente aos poucos farinha de mandioca para engrossar, mexendo sempre até ficar no ponto certo, regule o sal e seja feliz! Muito feliz! Muito feliz MESMO!

Fim! Dos deuses!
Receita:

½ maço de coentro
½ maço de cebolinha
3 cebolas médias
3 tomates pelados
½ pimentão grande
6 cheiros-verdes
6 dentes de alho
Pimenta a gosto – sugestão 1 col de sopa de molho de pimenta
Colorau
1 peito e meio de frango (3 bandas)
Temperos do frango a gosto: pimenta do reino, sal, colorau, etc...
Óleo para refogar
50 quiabos
100g amendoim
100g castanha de caju
30g gengibre
2 col sopa de Azeite de Dendê
700ml de leite de coco
Uma caixa de extrato de tomate
Farinha de mandioca fina (caso precise dar consistência)

Curtiu? Compartilhe! Tem mais dicas? Compartilhe e eu vou editando e acrescentando com os devidos agradecimentos. Gratidão!


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Delícia de sorvete de banana com cacau! (sem: glúten, açúcar e lactose)

Comments (0) | terça-feira, 1 de março de 2016

Bom demais!

A Banda Gráda é o que há! (Depois do limão, né? Rs...). Gosto de música celta, uma forte influência pra mim, nos tempos que eu fazia parte de um grupo de estudos sobre a religião celta, tentamos montar uma banda com esse estilo, Triskelion era o nome do grupo musical, mas não deu certo. Enfim, fica o aprendizado (e as amizades!). Voltei até a estudar esse estilo por causa desse post e com certeza acrescentarei no repertório.

Bananas congeladas!
Sobre o limão, é o cara! Li em um livro do Chef Glynn o seguinte: “É a acidez que equilibra e amplia os sabores, resultando em uma experiência maior e mais gratificante”. E eu que pensava que o motivo principal era como conservante, pobre de mim.

Pedi pra meu padrasto comprar 12 bananas pratas maduras, esqueci que tinha feito esse pedido e comprei mais 12. Porém, como ele é bastante exagerado em tudo que faz, ele comprou 24, resultado? 36 bananas. Bom, uma parte fiz a torta de banana (post passado, clique AQUI), a outra parte congelei pra fazer... sorvete! Esse sorvete é uma delícia e ainda dá pra comer sem culpa!

Esperei as bananas amadurecer bastante, cortei-as em rodelas e congelei.

Após as bananas ficarem cremosas, acrescente os pós.
Após congeladas,  retirei do congelador, coloquei no liquidificador, espremi um limão e comecei a bater as bananas no pulsar do liquidificador.  Com a ajuda de uma colher, vá empurrando as bananas pra baixo enquanto bate (não precisei fechar a tampa), mas cuidado pra colher não tocar nas lâminas! Paciência, amigo... Quando atingir uma consistência cremosa, adicione o cacau e a canela, quando estiver homogêneo, coloque numa vasilha e congele novamente.


Pra mim esse sorvete (quando as bananas estão maduras!) é delicioso sem precisar de açúcar. Quando estiver pronto, experimente um pouco antes de tirar do liquidificador, se achar que não está doce, vá acrescentando açúcar aos poucos e batendo.

Fiz duas vasilhas, uma desse jeito e a outra eu ainda acrescentei albumina sem sabor (clara de ovo em pó), apenas para ter uma proteína no sorvete (gosto de tomar antes de dormir), aí pus meia colher de sobremesa de açúcar demerara apenas.
Antes de ir ao congelador, pode ser usado como um creme!
 (só manter na geladeira)




 RECEITA:

650 g de bananas prata maduras
2 col de sopa de Cacau em pó puro
1 limão espremido
canela a gosto



* Veja também o post: "Minha história: Emagrecendo dos 130kg's aos 75kg sem cirurgia! (clique AQUI)


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Torta de banana com cacau e nozes! (Sem lactose)

Comments (1) | quinta-feira, 28 de janeiro de 2016


Assim ficou a torta!!

Nesse domingo resolvi colocar algo animado. Dance music dos bons; assisti o show dessa fantástica banda há alguns anos , na verdade assisti dois shows no Tequila Café (em 2002) e o terceiro (em 2003) ia ser na boate do Augustus, mas o show foi cancelado porque eles se acidentaram na BR-101 a caminho da boate. Depois disso a banda acabou, mas ficou na memória a banda responsável por me fazer gostar de dance music.Nessa animação, não tinha como dar errado. Felicidade pura. 

É impressionante como cozinhar é massa, “cozinhar é alegria”. E é isso mesmo, pura felicidade, mesmo quando dá errado! (mentira...kkkk).

Forma untada!
Moro em apartamento e a porta daqui tem uma janela pra circular o vento; ela fica aberta e o som ligado, acho que os vizinhos já estão começando a ficar acostumados, passam e não fazem cara de “oxe?”, hehehe. 

Demorei pra postar esse, eu sei, mas foi muito difícil me desapegar do último post, que eu conto a história de como perdi 55kgs sem cirurgia. Consegui desapegar (não consegui nada...Rs).

Aprendi essa torta em uma oficina culinária com as fantásticas Bruna e Andréa Giansante, através do festival ZONS. Estava muito boa mesmo(!), mas confesso que achei muito açúcar e, pra mim, ainda faltava algo... Tâmaras? Não sei... Amendoim? Não... Nozes? Sim! E chocolate (cacau), claro. Banana, canela, cacau, nozes... tiro e queda. O nome é “Cuca de Banana”, preferi colocar “torta” mesmo, apenas por uma questão do nome ser mais ‘’popular’’.
Bananas cortadas!

Comecei untando a forma (a mesma forma que faço o pão integral) com óleo de coco e, como não tenho forma de fundo falso (ainda), pus um pouco de farinha de trigo integral pra facilitar desenformar. 

Após isso, fui logo cortar as bananas em fatias. Procurei a melhor forma pra cortar, testei umas facas e, preferi segurar a banana com a mão, por baixo, enquanto cortava com uma faca de serra normal. Achei melhor pra controlar o corte, enfim, 10 bananas cortadas; reservei.


Peguei um punhado de nozes (ver quantidade na foto), dividi em duas partes: uma eu bati até virar uma farinha, pro gosto de nozes distribuir mais na torta, a outra quebrei em pedaços pra ter algo crocante na torta.

Essa foi a quantidade de nozes
(esqueci de pesar, rs)

Juntei os secos numa tigela: Farinha de Aveia, Canela, Cacau (uma colher de sopa apenas, vai na fé que é isso mesmo!), Farinha de nozes, nozes quebradas e açúcar. Misturei tudo rapidamente (note que as nozes já soltam um pouco de óleo). Após isso, coloquei o óleo (dessa vez coloquei o óleo normal, mas da próxima vou experimentar com óleo de coco) e misturei. Pode amassar um pouco com a colher pra dar a liga da farofa. 

Como eu misturei demais, as nozes soltaram muito óleo, tive que acrescentar 2 a 3 colheres de sopa de farinha de trigo integral e mexi bem pouquinho, só pra deixar a farofa mais solta. Farinha de trigo integral porque eu não tinha mais farinha de aveia.

A receita está exatamente como fiz, mas na próxima, ao invés d'eu colocar mais farinha, vou diminuir mais ainda o óleo. É até bom que fica mais saudável!

Segurando a banana por baixo e
puxando a faca em minha direção
(assim eu preferi)

Beleza, agora é só montar a lasanha. É parecido. Coloca um pouco de farofa no fundo da forma (não precisa cobrir o fundo todo), depois coloca banana, depois farofa, banana, farofa, banana...  tive que polvilhar um pouco de canela e cacau em cima, faltou farofa.

 Pronto!

Sobrou um pouco de banana. Congelei a sobra pra fazer sorvete de banana sem lactose e sem açúcar ( uma delícia - em breve no blog).

Com o forno pré-aquecido, coloquei a torta e deixei 45min (isso depende de cada forno, pode usar a técnica do palito também) em fogo médio.

Segunda camada: Banana
Primeira camada: Farofa

Um cuidado extra: a hora de desenformar. Foi a parte mais tensa. Como essa torta é frágil, quando tirar do forno, pegue um pão-duro e  descole os lados da forma; aí sim você desenforma. Só por precaução mesmo. 

Muuuuuuito bom! Que torta fantástica! Quem comeu adorou (ao menos foi o que falaram.. hahaha).
Podem fazer, vale muito a pena e é fácil! ). Confirmou a certeza que realmente estava divina quando a super (e criativa) cozinheira Paloma Côrtes falou que estava uma “DE-LÍ-CIA”.

Confesso que foi torturante olhar pras fotos e escrever...

Assim ficou a torta por dentro, digaí!!
                                                             RECEITA:

Pronta pra ir ao forno!
*10 bananas maduras.
*1xíc. +2\3 xíc. de farinha de aveia + 2 a 3 col. Sopa de farinha de trigo integral (ou de aveia).
*1 col. Sopa de cacau.
*2 col. sopa de canela.
*2/3 xíc. de açúcar.
*Nozes (a gosto – ver foto).
*1\3 xíc. de óleo.



* Veja também o post: "Minha história: Emagrecendo dos 130kg's aos 75kg sem cirurgia! (clique AQUI)




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Minha história: Emagrecendo dos 130kg aos 75kg (sem cirurgia!)

Comments (29) | segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Fazendo um Pistol em Pipa-RN - 01.01.2016
Antes (e não foi o máximo que cheguei de peso aí)
















 Demorei pra postar, eu sei, mas foi por uma boa causa! Isso deu trabalho, viu...? Rs..

Sou músico. Sou gaitista. É a minha profissão. É o que mais amo fazer na vida, mas, nesse momento, queria pedir licença à música para tratar de um assunto que é tão importante quanto: a saúde. Pois, sem ela, eu não conseguiria ser tão feliz quanto eu sou hoje em dia.

Eu não era exatamente triste, mas flores não eram. Com 130kg, qualquer forma de preconceito e fortes palavras vinham de todos os lados, principalmente da família. Frases como "Nossa, Igor, você está gordo!" "Igor, tá muito feio assim, emagreça" "Tá engordando, né?" "Engordou mais, não foi?" "Tá mais fofinho, né?" “Tá fortinho, né?” não ajudam, não resolvem, pior: elas ATRAPALHAM! Por quê? Aquele que não está satisfeito com sua saúde/aparência física e não consegue mudar, normalmente tem um problema de baixa autoestima, aí chega um 'fulano' e fala frases como essas, que detonam mais ainda a autoestima do cidadão. É, definitivamente, não é o melhor caminho para incentivar alguém a ter mais saúde (e, consequentemente, emagrecer). 

A pessoa JÁ SABE que engordou, a pessoa JÁ SABE tudo que você vai falar e se ela não faz é porque existe alguma coisa que a impede de fazer. Algo nela está momentaneamente fraco ao ponto de ela não conseguir buscar a saúde e/ou o corpo que deseja, então, ao invés de diminuir ainda mais a autoestima do outro, façamos diferente, façamos o contrário.

Lembro de um dia na Caueira em que todos foram jogar bola e você foi, sempre jogou bem. Mas ainda estava bem gordo e saiu mais cedo do jogo não só por cansaço, e sim por vergonha de não conseguir o que conseguia antes.
(Yuri Côrtes - irmão)

A única foto que
tenho sem camisa
Eu comia uma lata de leite moça numa sentada. Comia pão com achocolatado (isso, achocolatado no pão!) e bastante manteiga pra o chocolate poder colar. Comia uma pizza grande sozinho, ou seja, comia muito! Lembro de uma vez em que eu fui ao centro a fim de comprar cordas de violão. Rodei as lojas, encontrei o que eu queria e, no fim da tarde, voltei pra casa a pé. Mais ou menos 3km. Pra quê? Pra comprar uma Coca-Cola de 2L e voltar tomando no caminho. Voltei caminhando apenas pra ter tempo de tomar o refrigerante. Loucura, né?

Sofri muito bullying (na época nem tinha esse nome) porque eu estava... GORDO! Ofende sim, há aqueles que mandam pra casa do chapéu (como dizia meu amigo e professor de música Saulo Ferreira) e se ofendem menos, mas também há aqueles que ficam mais ofendidos ao ponto deixarem que sua autoestima baixe mais ainda. Eu era da galera da segunda opção. Fora isso tudo, ainda teve o falecimento do meu pai, quando eu tinha apenas 14 anos.

Para contar minha história, pedi depoimentos e/ou lembranças de algumas pessoas que acompanharam esse processo. Um dos depoimentos que peguei foi da minha primeira namorada, Regina Xavier.


“Bom, tive um relacionamento de 5 anos com uma pessoa legal, era feliz, mas eu era ‘a namorada do gordinho’. Apesar de ter sempre mantido meu peso, passei anos ouvindo os questionamentos das pessoas por ter escolhido uma pessoa obesa ao invés de um rapaz magro, já que sempre fui esportista e mantinha dieta regrada. Como vocês transam? O que você viu nele? As pessoas realmente enxergam apenas a aparência. E eu fui criticada e motivo de piadas que passei anos fingindo não ouvir. O mais triste de tudo não eram as críticas à aparência do meu namorado, era saber que a pessoa que eu amava estava destruindo a própria saúde e deixando de viver momentos comigo por conta do peso.”
(Regina Xavier)


Eu nunca soube disso. Fiquei até emocionado quando li o depoimento de Regina. Não sei nem o que colocar aqui. Passo a bola e deixo a critério de vocês, leitores, tirar suas próprias conclusões. Só posso agradecer a Regina por não me dizer isso na época.

Ao ler esse depoimento, lembrei-me de um livro que estou lendo, O gato malhado e a andorinha sinhá, de Jorge Amado. Tem uma trova de Estêvão da Escuna que foi o que inspirou Jorge a escrever esse livro:

O mundo só vai prestar
para nele se viver
no dia em que a gente ver
um gato maltês casar
com uma alegre andorinha
saindo os dois a voar
o noivo e sua noivinha
dom gato e dona andorinha.
(Estêvão da Escuna)

Conversando com minha prima Betinha, lembramos que eu mentia. Mentia pra me enganar e enganar os outros, tentando abafar a minha falta de autoestima. Eu acreditava na própria mentira. Eu chegava pra alguém, por exemplo, e dizia “Corri 5km ontem!”. Que nada! Eu não aguentava nem correr 100m, todo mundo sabia disso, imagina 5km. Mas eu queria poder correr tanto. As pessoas que conviviam comigo, primos e amigos, eram todas atléticas, eu era o único que não, e a pressão era muito grande. Eu acabava mentindo pra “acompanhar” a galera.

Fui levantando a autoestima aos poucos e, ao longo do tempo, comecei a pensar Pera... porque eu vou mentir que corri os 5km, se eu posso treinar até correr os 5 km?

Porque hoje não tenho medo de falar isso? Porque hoje eu sou muito seguro de mim nesse ponto e porque era a mentira vinha da fraqueza, vinha da baixa autoestima. Não gosto de mentiras, sei o quanto a pessoa que mente se prejudica principalmente e prejudica  quem está ao redor. Se tenho medo de ser julgado por falar isso? Não, fique à vontade. Hoje eu sei que em alguns momentos acabamos pregando peças na gente para não ter que ir pra rua, suar e passar por todas as dificuldades até chegar nos 5km de corrida. Cuidado! Fique de olho! Isso é autossabotagem! Existem inúmeras formas de sabotar a si, e essa foi a minha.

Tentei várias formas de emagrecer, dietas doidas, shakes, dieta da proteína, da sopa, do vento, de tudo. Elas até me faziam perder alguns quilos, mas, em algum momento, eu ganhava tudo novamente ou, pior, ganhava até mais. Ganhei cada vez mais, até chegar nos 130kg. Fui à nutricionistas e só não digo que ''joguei dinheiro fora'' porque tudo isso fez parte da busca para vencer, mas as consultas não adiantaram. Eu ainda não estava verdadeiramente decidido, eu queria um milagre, queria alguma forma de não precisar vencer barreiras psicológicas, queria um caminho em que sofresse um tempo (ou não sofresse!) com fome, emagrecesse e pronto! Mas desse jeito nunca ia dar certo. E não deu, durante anos.

Eu era completamente sedentário, sequer fazia caminhada. Tentava academia às vezes, mas um mês foi o máximo que consegui ficar em uma, mesmo assim faltando bastante. Por quê? Ah... porque eu não tinha a vontade internalizada ainda, ainda não era de dentro pra fora.

Eu queria estar bonita pra ele e pra mim mesma, mas não entendia porque ele não fazia o mesmo. Ele poderia continuar acima do peso, mas um dia me perguntei o porquê de ele não tentar e isso me deixou muito triste. O tempo passou e alguma coisa foi o gatilho para o que eu tinha sonhado viver. Ele emagreceu aos poucos, mudou a alimentação, se sacrificou e deixou de ser o gordinho criticado pelos conhecidos e olhado de lado pelos estranhos quando estava ao meu lado. Não fiz parte desse processo, mas participei de uma fase difícil, talvez ele tenha tentado e eu não vi, mas participei da parte mais "pesada" desse processo de transformação.  

(Regina Xavier)

Disso eu lembro. Eu lembro que entrava no shopping com Regina (íamos muito lá) e os seguranças passavam rádios entre eles: “Olha aquele gordinho com a morena. Ali deve ser rico e corno”. Eu ficava morrendo de vergonha, mas fingia que não tinha acontecido nada.
Uns anos antes, uma tendinite no braço direito que me impedia de, às vezes, até levantar um copo vazio tamanha a dor que eu sentia. Depois de um tempo, eu consegui melhorar o braço, aí comecei a estudar Flauta Transversal com o professor João Liberato, que virou meu amigo. Nesse processo de estudar flauta, João, ao invés de ficar me criticando pelo sobrepeso, começou a me conscientizar e, assim, levantar a minha autoestima de verdade. Aos poucos, falava que para que eu pudesse ser o que eu quisesse na vida, o corpo e a mente precisariam estar preparados, fortes, resistentes. Por que um músico, um contador, um engenheiro ou qualquer pessoa precisa ter menos preparo pra viver? Dizia ele. Uma boa saúde, um bom preparo físico ajuda bastante no caminhar de qualquer um.
                                                                    
Fui ouvindo as palavras dele, internalizando e pensando: "É... por que não?". Fui a outra nutricionista, ela passou uns exames rotineiros e eu me descobri com pressão alta, colesterol, gordura no fígado, enfim, vários problemas de saúde e pensei: como vou conseguir ser o que quero se eu não tiver saúde? Nesse dia algumas fichas caíram com a ajuda de João. Outra pessoa importante na minha vida foi minha ex-namorada, Ana Jéssica, hoje minha amiga. O fato de ela também me aceitar daquele jeito já levantou minha autoestima de uma maneira extraordinária. Ela me deu muita força! Mas ainda tinha muito chão e eu não estava completamente decidido.

Em Garanhuns (2009) | Não foi o maior peso que cheguei
O processo havia começado. Foi mais difícil no início, apesar das indicações da nutricionista, eu ainda estava perdido, nunca havia feito exercício físico, não sabia como comer nem o que comer, pois os meus hábitos eram completamente diferentes – o paladar era diferente, eu sequer comia salada e odiava salada e frutas. Como eu ia comer o que a médica passou se eu não gostava de 70% do que estava ali prescrito? Eu não podia fazer qualquer exercício físico por causa do braço. Resolvi tomar shake e ir à natação. Foi o que eu consegui.

Quando eu comecei a tomar shake, eu já fui sabendo que, para mim, aquilo não ia funcionar por muito tempo (até porque eu já tinha tentado isso). Então tomei e, ao mesmo tempo, ia tentando substituí-lo por uma alimentação melhor. Quando eu não conseguia, shake, quando eu conseguia, maravilha, mas o objetivo era sempre tirá-lo. Emagreci uns 15 quilos nesse processo. Já deu pra dar um empurrãozinho na autoestima.

Nesse tempo, resolvi passar 60 dias (ou mais) comendo, sempre que podia, no Restaurante e Empório Naturista, apesar de não ser vegetariano, pra aprender a comer salada e outras coisas. Isso aconteceu no período em que eu fazia natação. Às vezes eram duas vezes por dia, mas meu horário fixo era entre 22h e 00h e só tinha uma academia em que a piscina ficava disponível nesse horário. Comi saladas e me acostumei com o gosto. Beleza! A partir daí eu tive um pouco mais de segurança pra tirar os shakes e eles foram saindo, saindo... Às vezes eu tomava, tinha umas mini recaídas, comia muita besteira, tomava shake um dia ou dois, mas ficou raro; muito raro; até que sumiram.

Tocando: Detalhe pro braço, a atadura que
 colocavam por causa da tendinite
Minha mãe descobriu uma academia que aliava musculação (pra saúde e pro corpo) com fisioterapia (pro meu braço), a Fisioform. Foi a ligação mais importante em termos de atividade física/saúde da minha vida. Comecei a malhar lá em onze de maio de 2012. E eu faço questão de citar os nomes de Alessander Leite, proprietário da academia, fisioterapeuta e educador físico, e Mínero Júnior, coordenador e educador físico. Principalmente esses dois me ajudaram e ainda ajudam bastante nessa minha história. Foi com eles que eu criei uma consciência real e finquei o pé no chão nessa caminhada. Eu pensava: Já tinha tentado tantas coisas, que não custava nada tentar mais uma. Fiz o que me instruíram nessa academia e, adivinhem, meu problema do braço sumiu, eu continuei emagrecendo e fazendo musculação! Depois de uns anos, fazer musculação começou a ficar chato, mas a música me ensinou o poder da disciplina, então mesmo às vezes sendo chato eu ia, pois eu tinha uma motivação que era MUITO maior do que o quão chato era aquilo.

Durante a avaliação eu percebi que você estava insatisfeito com essa condição de estar obeso, precisava provar mais do que pros outros, precisava provar pra si mesmo que você poderia entrar em forma e ter uma visão de saúde. Então, claro que sempre te apoiamos e eu sempre imaginei que você conseguiria sem a intervenção cirúrgica.
(Mínero Júnior)

Lembro bem que eu tinha medo de machucar o braço e procurava Alessander direto pra falar Cara, tá doendo!. Ele dizia: É assim mesmo, vá fazer musculação, tem que fortalecer, só vai fortalecendo de verdade, vá pegar peso nesse braço! E eu ia. Resolvi confiar 100% em como me instruíam e fiz o que era necessário. Tinha dias em que doía tanto que eu ficava com raiva, chegava a duvidar. E aí vinha o pensamento: Não! Eu vou até conseguir, confio no trabalho dele. E deu certo!


“Logo que você entrou, quando estava com a tendinite, lembro que tinha bastante dificuldade de evoluir as cargas. Você tinha medo de se machucar. Eu explicava que era importante ganhar o fortalecimento justamente pra poder vencer a tendinite, assim como evoluir no quadro geral, aumentar musculatura e reduzir gordura.”
(Alessander Leite)

Aí a tendinite estava numa fase melhor...
Demorei um bom tempo pra entender que era importante pegar pesado pra desenvolver a musculatura. Esse “pegar pesado”, como disse Alessander, acaba tornando a gente uma bomba de gasto energético e isso precisa ser reposto com uma alimentação adequada. Apesar dele conversar comigo várias vezes, ainda tinha o medo de engordar, as inseguranças, etc. Eram quantidades erradas, nos horários errados, às vezes quantidades acima, às vezes abaixo do que precisava para desenvolver.

Vários instrutores nesta academia me ajudaram bastante. Lá, fui instruído para não subir na balança o tempo todo, pois isso causa ansiedade, e assim eu fiz. Escorreguei na dieta várias vezes, mas quando acontecia eu pensava: Bom, eu tinha 130kg, estou com 110k, aumentei pra 112kg, ou seja, eu não engordei 2kg, eu perdi, ao invés de 20kg, 18kg, vou continuar perdendo.

Foi feito o projeto, a ficha, junto com o fisioterapeuta Alessander e a gente começou o trabalho, mas o que impressionou mesmo foi sua dedicação, sua força de vontade. Todos os problemas de dores e as dificuldades de execução da ficha você superou bravamente e sempre atento a todos os detalhes específicos do treinamento, sempre questionando, ávido por saber todos pormenores do que seria necessário pro seu emagrecimento. Sempre ambicioso, no sentido de querer e conseguir, você já projetava sua vitória.
(Mínero Júnior)

Lembro na época do natal/ano novo de 2013. Comecei a comer, comer, comer e engordei 10kg ou mais. Fui entrando nessa que nem percebi. É aquela coisa de se enganar, “ah.. natal, ano novo, vou me dar uma folga”. Quando eu percebi, estava no caminho de volta, mas retomei a dieta e continuei minha caminhada.

Pra tomar decisões como essa na vida eu entendi que a gente tem que aprender a dizer não pra si. Pior, tem que dizer não, ficar com raiva de você mesmo pelo não, baixar a cabeça como se estivesse baixando pro não da mãe ou do pai e não comer besteira. É difícil, mas como qualquer coisa – acostuma, vira o dia a dia e quando você vê o benefício que isso traz, é aí que dá um gás mesmo!

Lembro do dia que você escolheu de verdade parar de comer porcaria. Eu e você já tínhamos tentado isso várias vezes, mas uma vez, sempre na mesma lanchonete, sentamos na nossa mesa comum e você pediu o sanduíche. Logo depois cancelou, olhou pra mim e falou:  "não como mais aqui, vamos continuar vindo e só vou pedir suco". Aquele foi o último dia que comemos juntos lá. Você ia comigo, tomava suco, mas não comia sanduíche”             
(Yuri Côrtes – irmão)

Quando eu subi na balança que vi, pela primeira vez, descer de 3 dígitos pra 2, nossa, foi uma alegria sem tamanho!

Lembrei de uma história. Nessa época eu já tinha perdido uns 30 quilos ou mais. Recebi um convite para comemorar o natal com a família de Ana Jéssica. Tinha muita gente e fazia um tempão que eu não ia lá. Teve um amigo secreto, fizeram um enorme círculo e o tio de Jéssica estava com o microfone chamando as pessoas para irem lá na frente falar sobre o amigo secreto. Quando fui chamado, saí andando pelo meio do círculo até chegar do outro lado e o tio dela comenta: Olha o namorado de Jéssica, agora arranjou um namorado bonito, um galã! Jessica prontamente gritou: É o mesmo. O tio dela ficou morrendo de vergonha, pediu desculpas e, claro, eu também fiquei com vergonha – situação complicada. A parte otimista da história é a felicidade pelo elogio, apesar de, no momento, só querer me enterrar. Hehehe.

Antes e depois| Hoje em dia com mais massa magra
Nessa época eu já estava sendo instruído a comer bem, pois o objetivo era ganho de massa magra. Ainda tinha gordura, claro, muita. O foco era trocar a gordura por músculo, mas eu não conseguia completamente. Não conseguia comer muito, mesmo que corretamente, por medo de engordar, medo de voltar ao que era, então eu malhava pesado e não comia o suficiente, ou seja, ficava com o corpo fraco. Alessander notava e perguntava Você está comendo bem? Você está comendo o que?!. Eu falava que estava comendo, mas que nada... não estava e ele sabia, e eu apenas me enganava. Não adianta, não tem como se enganar. Mas aí, aos poucos, ele e Júnior iam me instruindo e eu fui diminuindo esse medo. (Ainda hoje ainda tenho medo, mas cada vez menos!).

Por causa desse problema de alimentação, não evoluí como deveria. Mas sempre evoluí, só demorou mais.

Tem uma coisa muito importante: só o corpo não resolve, a mente é o fator principal. Alessander me apresentou uma frase de Henry Ford um dia desse, que ela explica muita coisa do que já foi escrito aqui: "Tudo começa na cabeça. Se você acha que pode , você pode, se você acha que não pode , você não pode. De qualquer forma você está certo.".

Quando me perguntam Como você conseguiu?! Como você emagreceu assim!?!? Qual é a receita?! eu sempre costumo dizer que A receita principal é você resolver emagrecer de dentro pra fora, não de fora pra dentro. Não adiantaram as dietas loucas, não adiantaram tantas coisas, pois ainda eram de fora pra dentro. Minhas motivações sempre foram saúde e corpo. Como Alessander bem lembrou, o mais importante nesse processo de transformação foi a mudança da escolha dos alimentos. Quantidades são importantes, mas, se você não escolher bem o que irá comer, não adianta. É escolher alimentos mais saudáveis não só porque é necessário, mas porque quer, porque aprendeu a gostar, porque esse se tornou seu modo de vida. É despertar prazer e amor por esses alimentos. E eu não conseguiria nada sem a minha mente.

O poder da mente nesse processo é IMPRESSIONANTE. Com o tempo, Alessander me apresentou o Crossfit e foi inserindo aos poucos exercícios e a metodologia do Crossfit no meu treino de musculação. Eu ainda não tinha entendido a filosofia e passava 2 horas, até mais, pra completar um treino, o que não deu muito certo. Então ele mesclou, melhorou, mas ainda sim demorava. Aí eu já estava na sede, na secura de fazer Crossfit, apenas esperando ele abrir o box. E... FINALMENTE ABRIU! CROSSFITAÇÃO! Dia 17/11/14!
Que alegria! Notei que os mesmos tipos de treinos que ele passava pra mim na Fisioform eu faço no Crossfit. A diferença é que eu faço em até 30 minutos!! A mesma coisa! O que mudou? A mente, pois o corpo era o mesmo. O que mudou foi que passei a acreditar em mim, passei a acreditar que podia. Volto à frase do Henry Ford. Você pode, só precisa acreditar que pode.

“Faltava aquele entendimento da filosofia, que é tentar superar sempre seu desempenho, tentar se melhora a cada dia, fazer o melhor de si. Não importa o resultado, não importa se o número for maior ou menor que alguém, o importante é saber se o seu foi o melhor que você podia fazer.”
(Alessander Leite)

Nesse processo, até então, minha mãe, que sempre me incentivou, saia pra comprar inhame, macaxeira, batata doce, banana, ovo, frango, carne, sem deixar faltar nenhum desses itens (confesso que eu até me estressava um pouco quando faltava.. rs). Taí a pessoa que mais me ajudou e ajuda, meu oráculo, minha melhor amiga, meu tudo!

Eu sempre quis aprender a cozinhar, mas nunca era mais forte do que sair do conforto e errar, errar, errar, até conseguir. Senti a necessidade de aprender a cozinhar principalmente pra fazer minha própria comida do treino, mas depois já cozinhava por diversão. Virou um prazer, um hobby. Até porque, no dia que eu morar só, como iria manter uma alimentação saudável se eu não soubesse fazer minha comida? Ou seja, saber cozinha me faz independente nesse sentido.

Pão integral - 65% integral -
 que sempre faço!
Está aqui no caderno minha primeira receita: Mingau de cremogema. Se tem alguém a que eu tenho que agradecer por poder cozinhar, são minhas amigas Angélica e Raquel. Elas me ensinaram os primeiros passos da cozinha com muita paciência e com muito amor, porém Angélica sempre cozinhou receitas nada lights (risos). A única forma de aprender era assim, então passei a comer mais 'besteiras' a fim de aprender a cozinhar, mas no pensamento ficava a ideia de um dia ter o conhecimento para tomar meu próprio caminho. Logo logo decidi fazer o curso de Auxiliar de Cozinha e Cozinheiro no SENAC para criar mais independência na cozinha, aprender as técnicas e modificar as receitas para meus objetivos. Hoje em dia, tenho um blog culinário, nadagourmet.blogspot.com, que me ajuda a me manter sempre pesquisando, errando, acertando, etc.

Ao longo do treino eu fui aumentando as cargas de uma forma que eu fiquei impressionado, pois a carga que eu aumentava na musculação nem se compara a que eu aumentava no Crossfit, e, o melhor, sem perder a técnica! No Crossfit notei que eu precisava trabalhar a mente para uma coisa. Apesar de não me considerar um atleta (espero um dia chegar num nível assim), eu me dedico bastante, vou com amor, dou o máximo de mim, ou seja, eu já deveria estar pensando como um atleta, comendo como um atleta, dormindo como um atleta, pois eu só consegui recuperar minha saúde e melhorar a alimentação, quando eu comecei a pensar e agir pra que isso tivesse acontecido. Eu só posso um dia chegar ao nível que quero, ao nível de um atleta, quando eu começar a agir em todos os sentidos para isso.
Tocando em 2014

Fui a um nutricionista esportivo. Nada melhor do que um profissional nos direcionando e apontando o que devemos fazer para que nossos objetivos se concretizem. Com certeza fico mais seguro e já me sinto bem melhor com as adequações alimentares!

Se eu saio da dieta? Sim. E como saio. Minha válvula de escape para a ansiedade sempre foi a comida, ou seja, no fim de semana eu sempre como alguma besteira, às vezes exagero. Comecei a trabalhar a mente pensando que se eu passo a semana toda comendo certinho, dando o máximo de mim no treino, vou chegar no fim de semana e ferrar tudo? Não. Não vou parar de comer besteira, mas também não vou me permitir mais comer como uma fuga. Isso ajuda a manter o equilíbrio que preciso, mas mesmo assim em épocas de crise o bicho pega. Se eu tenho medo de voltar a não cuidar a minha saúde mais? Não, não tenho medo, já internalizei, já faz parte da minha vida diariamente.


É isso que o Crossfit faz, inspira pessoas a transformar a vida. E a gente está num momento muito bacana de campanha mundial contra os refrigerantes, os excessos, a obesidade e o diabetes, que deixam muitas pessoas obesas. O Crossfit luta pela saúde das pessoas, incentiva as pessoas a melhorar, a buscar uma alimentação mais saudável.
(Alessander Leite)

Minha luta hoje em dia é para ter um dia de descanso. Fico querendo correr, fazer sup, treinar nos finais de semana, subir serra, etc... Faço porque amo, faço porque gosto, dá prazer. Mas a gente tem que dar um descanso pro corpo se recuperar, então eu me obrigo a descansar ao menos um dia na semana. Ou seja, estou mais uma vez dizendo não pra mim. É necessário!

Treinando Crossfit em 2014
Observo que com a metodologia do Crossfit isso aconteceu de forma natural, levou um tempo, óbvio, mas você foi a cada mês evoluindo, evoluindo... E se percebe a diferença não só física, mas também mentalmente. Em termos de preparo físico, hoje você tem o que poucos atletas têm. Óbvio que, às vezes, acontece de você não acreditar que é capaz de algumas coisas. Eu tento forçar, mas recuo porque acho que essa pressão deve ser apenas no sentido de incentivo e de você mesmo se pressionar para melhorar. Então a ideia não é pressionar para você chegar e desanimar. Aí é que realmente a transformação ficou definitiva e eu posso dizer que você nunca mais vai conseguir voltar ao que era antes, porque você realmente agora virou um atleta, não só fisicamente, mas mentalmente. Isso é, entender que é necessário sempre dar o melhor, não importa o resultado.

Mais uma prova de que a mente é uma das maiores responsáveis por pregar peças em nós mesmos, foi quando eu vinha passando por um problemão que não conseguia resolver de forma nenhuma, muito mais por falta de "amor próprio" do que por eu realmente não ter como resolver. Comecei a dormir mal novamente, me alimentar mal, acho que só não engordei porque o Crossfit é realmente magnífico, rsss... Treinando numa quinta-feira, com a cabeça em outro canto, preocupado, ansioso, apreensivo e por causa do problema, eu estava fazendo um exercício que exigia atenção – o Snatch. Acabei me machucando unicamente por culpa da minha desatenção. Eram 14h. Sentei no chão com vontade de chorar, mas mais por uma questão de desabafo, chateação comigo. Me levantei decidido: Vou resolver isso agora!. Pra não ser impulsivo, dei uma volta na praia enquanto botava gelo na testa. Respirei, meditei e, enfim, fui resolver o problema. Resolvi, tomei coragem, depois relaxei e pensei: Vou fazer esse treino... e é HOJE! Como no Crossfit os treinos não se repetem, aquele mesmo dia era a minha ÚNICA chance de fazer o que não tinha conseguido, de provar pra mim que eu conseguiria, que eu era capaz, que eu podia vencer isso!

Abdominal "Sit Up" no Crossfitação (Foto por: Ingrid Aragão)
Fui em casa, comi, voltei pro box e reiniciei o treino com a turma das 18h. As pessoas viam o machucado na minha testa e falavam Como você tem coragem? Você é doido?! Mas eu pensava: Eu posso, eu consigo. Fui com medo mesmo, fazendo o exercício, lembrando que a limitação estava na mente, 3... 2...1...já! Foi um gás fantástico pra fazer esse treino, fiz com tanto gosto que me deu uma sensação de liberdade interior, de força, revigorou tudo, consegui!


Mas por que essas histórias? Para que contar isso? Porque, pra conseguir chegar no que cada um toma como objetivo na vida, as dificuldades aparecem, a gente cai, levanta, cai, levanta. As pessoas começam a puxar você pra baixo, umas por egoísmo, ingenuamente ou não, outras por inveja mesmo, mas quando o seu objetivo for realmente maior do que a preguiça, o comodismo, a autossabotagem, que o ego, você consegue.

Isso funciona pra tudo na vida. Inclusive foi por causa dessa força que me tornei músico também!

Hoje em dia me considero cada vez mais um atleta, essa foi a minha maior conquista no campo da saúde. Levarei isso pro resto de minha vida, a determinação, a vontade de superação, a motivação do atleta, que não depende de ninguém, mas de si mesmo, de querer melhorar, de bater seus próprios recordes, de se desenvolver. É uma automotivação. E porque não levar essa mesma garra, essa mesma força para outros campos da vida? Porque não aprender tudo isso com o esporte, com o Crossfit, e levar para as outras áreas de nossas vidas?

Como Alessander disse: “É, quem diria, aquele cara com pouca autoestima, com medo de fazer exercício físico, com medo de se machucar hoje está aí podendo compartilhar essa vitória.” E, seguindo a filosofia do Crossfit, escrevo isso para compartilhar e ajudar as outras pessoas. Da mesma forma que fui ajudado.

Essa foto à esquerda fazendo HSPU (Hand stand push up) em Xingó/SE é um marco. Ela mostra superação de, voluntariamente, sozinho, fazer um exercício complexo, que envolve equilíbrio, força, coragem, concentração. Guardarei essa foto com muito carinho e que venham outros marcos de outras vitórias, de outras conquistas!

Obrigado a todos que fizeram e fazem parte dessa história direta ou indiretamente. À natação, à Fisioform e ao Crossfitação!

“Você passou para uma atividade muito mais complexa, que foi o Crossfit, em que realmente seu desempenho é de atleta. Você se supera cada vez mais, então você é uma pessoa vitoriosa, que passou por uma situação de obesidade, que a gente sabe que há aquela coisa que a sociedade exclui. Não deveria ser. Se você fosse obeso e não acontecesse nenhuma interferência dos indicadores de saúde, teoricamente não haveria nenhuma questão, nenhum problema maior, mas a sociedade exclui quem não está no padrão estético adequado. Mesmo assim eu acho que esse não foi o elemento principal, o elemento principal foi a busca desse contexto de você provar pra si mesmo que você poderia mudar essa realidade. Hoje você é um atleta do Crossfit.”
(Mínero Júnior)
No SUP (final de 2015)
Obrigado ao meu Coach, Alessander, por ter me ajudado a relembrar coisas para colocar aqui e, principalmente, por ter acreditado em mim, por ter abraçado essa causa.

“Fico extremamente satisfeito, gratificado, quando eu consigo  ver uma transformação de alguém como eu vi a sua. Fico gratificado de hoje conhecer esse espírito e conseguir colocar no seu dia a dia essa filosofia de se superar sempre, de fazer sempre o seu melhor, porque isso a gente leva pra vida. Poder passar isso pra outras pessoas tem sido uma grande alegria e a filosofia do Crossfit é isso, trazer pro treino diário das pessoas, pro dia a dia das pessoas, o esporte, trazer a possibilidade de uma pessoa comum se tornar um atleta sem precisar aparecer, sem precisar ser campeão no torneio, mas sendo campeão da vida no dia a dia.”
(Alessander Leite)
Box Jump (Foto por: Ingrid Aragão)


Enfim, da mesma forma que Alessander me ajudou e ajuda tantas outras pessoas, procuro sempre ajudar também. Esse é um dos motivos pelo qual lanço esse texto, hoje (28.12.2015). No dia 22.12.2015, tenho uma conversa com uma amiga, a Vivi. Venho sempre conversando com ela sobre esse processo e fiquei muito feliz em saber que minha história pode ajudar outras pessoas. Eis aqui a conversa:







Vivi: Ei, vc q entende mais de alimentação que eu, classifique aí esse prato...
Fase de aquecimento no CrossfitAção (Foto por: Ingrid Aragão)
Igor: Não sou nutricionista, pra mim, pensando em emagrecer, eu só tiraria ou diminuiria as batatas inglesas...
Igor: :D
Vivi: Vixe q você é rigoroso 
Vivi: Eu nemmmm pedi sobremesa 
Igor: kkkkkkkkkkkkkk
Igor: e vai pedir?
Igor: kkkkkkk
(2 horas depois ela responde)
Vivi: Não pedi. Lembrei de você falando da parada do "dizer não pra si mesmo" e fui forte!
Overhead Squat (Foto por: Ingrid Aragão)




Essa foi minha escolha, foi meu caminho, espero que ajude vocês a traçarem os seus e que sejam realmente felizes com as escolhas que fizerem!
Deadlift (Levantamento terra) no
Crossfitação ( Foto por: Ingrid Aragão)

* Nota (31/10/2016): Na época que escrevi, apenas Alessander era nosso coach, hoje em dia, Leyla também é nossa coach e eu tenho muito o que agradecer, minha eterna informante! (hahaha)

*Escrito por: Igor Côrtes
















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